Por Rafaella Feliciano com informações da Agência WCOA
A delegação do CFC, que participou do 20º Congresso Mundial de Contabilidade realizou, nesta quarta-feira (21), na sede do Conselho Federal de Contabilidade, um workshop sobre as tendências apresentadas no encontro internacional que aconteceu em Sidney, na Austrália, entre os dias 5 a 8 de novembro. Com o lema “Desafios Globais, Líderes Globais”, o WCOA (sigla em inglês) reuniu mais de 5.500 congressistas de mais de 115 países. Foram 153 palestrantes que ofereceram uma variedade de apresentações, debates, cases de sucesso e grandes reflexões sobre temas, como, confiança, ética, diversidade, sustentabilidade e novas tecnologias.
O presidente do CFC, Zulmir Breda, explicou que a ideia do workshop foi trazer para o Brasil as novidades mundiais para uma aplicação prática e teórica. Segundo ele, a tendência sobre a necessidade de capacitação dos profissionais da Contabilidade e adaptação às mudanças tecnológicas tornou-se um caminho sem volta. Ao comentar sobre os trabalhos do WCOA, Zulmir também afirmou que o trabalho do profissional da Contabilidade pode ser o caminho para um desenvolvimento sustentável das nações. “Está em nossas mãos a produção de informação justa e verdadeira. Se não fizermos isso, não seremos íntegros e não teremos reconhecimento e valorização da sociedade. Nós, profissionais da contabilidade, podemos salvar o mundo com ética e integridade. Basta querermos”, ressaltou.
Já o vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, comentou sobre a palestra relacionada os escândalos contábeis que chocaram o mundo, ministrada pelos profissionais Diana B. Henriques e Michael Woodford, que compartilharam suas histórias pessoais e profissionais de grandes fraudes. Idésio explicou que os palestrantes consideraram os limites da desregulamentação, da denúncia de irregularidades, da proteção ao investidor, ou seja, sobre o papel do profissional da Contabilidade e de finanças na identificação e divulgação de corrupção e fraude. “A confiança cega sem questionamento não é boa para a ordem global. Precisamos de uma auditoria independente forte, regulação eficiente, autorregulação e governança. Precisamos, também, nos vigiar porque os grandes limites são ultrapassados com a conjunção de pequenos limites não respeitados”, disse.
Sobre Inteligência Artificial, quem trouxe o tema para o debate foi o vice-presidente de Desenvolvimento Operacional do CFC, Aécio Prado Dantas Junior. “O fator digital – IA automação e oportunidade”, a palestra foi ministrada pela especialista em inteligência artificial Ayesha Khanna, um dos painéis de destaque do Congresso Mundial de Contabilidade. Segundo Aécio, Khanna acredita que a IA não chegou para acabar com as profissões, mas para revolucionar seus caminhos. No entanto, Aécio afirmou que não é possível fugir das mudanças imediatas, como a automação de trabalhos rotineiros. Porém, ressaltou: “a inteligência artificial nunca substituirá os contadores do trabalho estratégico. Ela anuncia uma revolução que destruirá mitos, resolverá problemas, unirá pessoas, máquinas e governos em prol da sociedade. Ao invés de nos afastarmos, nós devemos nos aproximar da tecnologia e otimizá-la para a melhoria na qualidade e na produtividade dos nossos serviços”.
O vice-presidente de Registro, Marco Aurélio Cunha de Almeida, trouxe um panorama sobre um dos assuntos em destaque no mundo atual: “O fator humano: aproveitando a criatividade e a inovação”. Sir Ken Robinson, autoridade mundialmente renomada em criatividade e inovação em educação e negócios, falou sobre como eliminar o ruído de comunicação e criar espaços para soluções. “Precisamos de pessoas, pois nem só de máquinas se constitui uma sociedade. Nesse contexto, a inovação e a criatividade necessitam de espaço dentro dos negócios. As empresas devem repensar a diversidade se querem crescimento e sustentabilidade”, salientou Marco Aurélio.
Para concluir o workshop, a vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina, Sandra Maria Batista, falou sobre “Riscos Globais e choques futuros”. Como as empresas sobrepõem os riscos globais aos riscos de negócios em um mundo em que ambos estão mudando continuamente? Sandra explicou que o painel foi composto por cinco especialistas, entre eles, Ban Ki-moon, então secretário-geral das Nações Unidas entre 2007 e 2016, que discutiram sobre os principais riscos do Relatório de Riscos Globais de 2018 e debateram estratégias de prevenção de longo prazo mais eficazes para que sejam implementadas pelos governos. “Riscos ambientais, aquecimento global, cibersegurança, tensões econômicas e geopolíticas. Se tivermos planejamento e consciência de prevenção, teremos um futuro mais próspero. E o profissional da Contabilidade está sendo chamado à mudança, dada a importância e o reconhecimento da classe para o desenvolvimento sustentável do mundo. Somos fator de proteção social e precisamos exercer esse papel”, concluiu.
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