Tecnologia e Compliance dão o tom à primeira palestra da tarde

Por Maria do Carmo Nóbrega
Comunicação CFC

Ao abrir o ciclo de palestras na tarde desta terça-feira (19), o professor tributarista e auditor Edgar Madruga deu início à palestra intitulada “Inovações Tecnológicas e Compliance Tributário”, que teve como moderador o vice-presidente de Gestão do Conselho Regional do Rio Grande do Sul (CRCRS), Celso Luft.

Crédito: João Mattos - Imprensa CIC-CCRS

Ao dar início à palestra, o professor falou sobre a importância do lema da Conferência, e que a sua abordagem estaria ligada à visão do poder da contabilidade para o desenvolvimento das empresas, sob o enfoque tributário.

O palestrante chamou a atenção para o que está ocorrendo na questão das inovações tecnológicas, enfatizando que o mundo se move com cadeias de logística extremamente  complexas. Para ilustrar, trouxe o exemplo de fábricas que estão tendo demandas para produzirem veículos, mas que não estão conseguindo dar continuidade a essa produção. Citou que no porto de Los Angeles, nos Estados Unidos, existem navios esperando há semanas, com grandes contêineres para serem descarregados, chamando a atenção para o cenário desse impacto destruindo cadeias produtivas mundiais.

Ao falar sobre um mundo impactado pelas novas tecnologias, revelou que a contabilidade do papel não existe mais, pois agora a era é digital. Segundo ele, a Contabilidade rompeu processos e que, antes, a posição era que o  concorrente se mantinha dentro de uma determinada posição geográfica região, mas que hoje, devido ao mundo globalizado, seus concorrentes se tornaram globais, especialmente quando se trata de alguns tipos de serviços, como os financeiros. “O conceito de inovação disruptiva justifica tudo isso. Devemos mudar a forma de como fazer, de remodelar os processos. Para você ficar obsoleto, basta ficar parado”, afirmou.

O Fisco também foi outro ponto discutido pelo professor, que ressaltou a sua importância no contexto  da tributação. Segundo ele, o Fisco criou as  obrigações acessórias para enxergar a repercussão contábil do fato econômico e assim conseguir controlar a tributação. Atualmente, de acordo com o palestrante, por conta da tecnologia, o Fisco passou a enxergar o fato econômico e a ignorar a repercussão contábil. Com a tecnologia, o próprio Fisco calcula os impostos.

Sobre esse tema, no decorrer de sua abordagem, ele fez a seguinte indagação: “E o que nos resta enquanto profissionais da contabilidade?”. Ao mesmo tempo respondeu que o “compliance tributário” é uma atividade de geração de valor real.

O palestrante apresentou dois grandes caminhos para se tornar um tributarista de elite, que na sua visão é aquele que faz a diferença na vida das empresas:  caminhos consultivos, que oferecem e desenvolvem serviços essenciais e assertivos para empresários e que entendem a “dor’’ do empresário, passando a oferecerem produtos competitivos; e caminho do conhecimento, pois, segundo ele, há grande carência de profissionais qualificados. “Será cada vez maior a procura de profissionais qualificados. Quanto mais qualificado mais vai trazer uma valorização agregada”, definiu. Na sua opinião, o serviço de compliance tem como foco minimizar riscos, encontrar oportunidades e guiar o comportamento de empresas diante do mercado em que atuam.

Ao falar sobre gestão de risco, afirmou que o tema é fascinante porque gera a possibilidade de se acertar mais nos processos decisórios, e quanto mais se acerta, mais sucesso e capacidade tem essa de se desenvolver.  

Ao finalizar, mencionou como solução os serviços de planejamento tributário (recuperação de crédito; fazer tributação inteligente) e serviços de análise, auditoria e monitoramento.

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