Desenvolvimento sustentável na Amazônia é tema de palestra do Conexão Contábil Norte

Por Lorena Molter

Comunicação CFC

A sustentabilidade foi o principal assunto dos painéis do Conexão Contábil Norte na manhã desta quarta-feira (28/9). A segunda exposição do dia tratou do tema “Desenvolvimento Sustentável na Amazônia: uma abordagem sistêmica” e contou com um público de mais de 2 mil pessoas, entre aqueles que acompanharam o evento presencialmente, em Manaus/AM, e os que assistiram na modalidade virtual.

O vice-presidente de Política Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Manoel Carlos de Oliveira Júnior, foi o moderador do painel. Já o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Acre (CRCAC), Wellington Divino Chaves de Souza, foi o debatedor. O superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e membro da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano, Virgílio Viana, foi o painelista. Em sua apresentação, iniciou oferecendo ao público uma visão macro sobre a região Amazônica e a sua geografia. Viana destacou que o Amazonas é o maior estado brasileiro em extensão territorial e falou da importância dessa área brasileira. “O Estado do Amazonas é muito relevante internacionalmente. Se fosse um país, seria o segundo do mundo com mais florestas porque o Amazonas tem 1,5 milhão de Km². O segundo país que mais florestas tem é o Congo, que possui 1,3 [milhão de Km²]. Então, o Amazonas é muito relevante nesse contexto de toda discussão sobre ESG, compensação de pegada de carbono etc.”, explicou.

O palestrante ainda explicou a parte científica que envolve os problemas ambientais enfrentados na atualidade e foi enfático ao falar da floresta. “Nós estamos em um contexto extremamente preocupante para a Amazônia, que se chama ‘o ponto de colapso’”, alertou. Segundo Viana, este é o momento em que “uma chave é virada” e há grandes consequências negativas. Ele explicou que, com o aumento do desmatamento, o regime de chuvas é afetado; a estação seca fica mais prolongada, o que gera a ampliação da flamabilidade das florestas – probabilidade de pegar fogo. Com mais incêndios, há mais impactos no ciclo hidrológico, o que chamou de “bola de neve”, que vai levando ao processo de colapso de ecossistemas.

Ainda durante a apresentação, também ressaltou o contexto de aquecimento global profundo em que a Terra se encontra e informou que “somos nós, a humanidade, a principal causa do aquecimento global”. Viana esclareceu que, dessas ações humanas que aumentam a temperatura do planeta, a queima de combustíveis fósseis está em primeiro lugar e, em seguida, está o desmatamento.

A importância da Amazônia foi outro ponto ressaltado pelo palestrante. “O futuro da Amazônia é essencial para o país e nós não podemos seguir nessa trajetória de destruição do principal ativo brasileiro”. E completou explicando que essa floresta é essencial para o futuro do globo. Viana ainda afirmou que a sociedade e as empresas precisam caminhar para a neutralidade de carbono e que o grande desafio são os pequenos e médios negócios que também precisam buscar esse objetivo.

Para solucionar esses problemas, o palestrante sugere ações para uma mudança de trajetória, que envolve uma abordagem sistêmica. A proposta parte dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), e que, para o caso específico da Amazônia, desdobra-se em oito eixos estratégicos. Entre eles estão: saúde; educação e cidadania; infraestrutura comunitária; geração de renda e empreendedorismo; empoderamento; pesquisa, desenvolvimento e inovação; conservação ambiental; e gestão e transparência. Quanto ao último tópico, Viana disse considerar que o item está intimamente ligado ao trabalho dos profissionais da contabilidade. No centro de todas essas ações, segundo ele, está a educação para o desenvolvimento sustentável e fomento à bioeconomia. Para finalizar, o palestrante explicou o trabalho da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), organização da qual é superintendente.

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