Arcabouço fiscal, gestão pública e desenvolvimento foram temas de discussão no primeiro debate da 13ª Conferência do Ibracon

Por Bianca Sampaio
Comunicação Social

O Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon) iniciou, na última terça-feira (27), a 13ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente. O evento aconteceu em São Paulo, em formato híbrido, e trouxe uma série de palestras e debates sobre a área contábil.

No primeiro debate, foram discutidos assuntos polêmicos e de relevância para a classe contábil. Monica Foerster, membro do Conselho de Administração do Ibracon, respondendo ao questionamento sobre como o do arcabouço fiscal pode impactar o trabalho das pequenas e médias empresas, ressaltou que é injusto tratar os diferentes como iguais. “Mas a conta caindo só em um segmento é muito perigoso porque a sociedade não existe só com indústria, só com serviços, ou só com área pública. Tem de ter harmonia, balanceamento adequado em relação a isso”, afirmou.

Foerster apontou que para haver desenvolvimento é necessário investimento e capacidade de toda sociedade e de todas as áreas. “Protagonismo em demonstrar que temos uma voz ativa não é defender só a nossa própria bandeira, é pensar no desenvolvimento e no bem de todos, e esse “todos” inclui todas as áreas, inclusive nossa profissão”, explicou.

Já Joaquim Bezerra, vice-presidente de Desenvolvimento Operacional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), falou sobre gestão pública e da “empresa Brasil”. Ele defendeu que é a sociedade quem paga os impostos, que integraliza o capital em busca de resultados; e que o Brasil é quem deve fazer a entrega dos serviços públicos para a sociedade, prezando pelo cumprimento do art. 5º da Constituição Federal. “São as garantias constitucionais, do direito de ir e vir, da saúde, educação, segurança pública”, explicou.

Ele levou os participantes a refletirem sobre como a classe contábil está lidando com o controle da gestão do dinheiro público e afirmou que essa é uma provocação para o controle social. O vice-presidente elogiou a classe e destacou a sua forte presença no Congresso Nacional, o que desperta a atenção dos agentes públicos.

“Recentemente, a Contabilidade brasileira deu uma demonstração de força: enquanto muitos estão sem uma opinião, um consenso, a classe está unida. De forma recorde no país, as entidades Ibracon, CFC e Fenacon, com todo o seu sistema organizado, mobilizou-se e formou a maior frente parlamentar mista do Congresso brasileiro, com o maior número de deputados e senadores”, apontou Joaquim.

Bezerra expressou com veemência que a contabilidade tem voz ativa no Congresso e é, por isso, que são convocados diariamente para fazerem parte das audiências públicas, das comissões de debate e das legislações brasileiras. “É essa voz ativa que estamos colocando à disposição da sociedade. Nos posicionamos diante dessas discussões da reforma tributária, do arcabouço fiscal. Proteger nossa sociedade é o nosso papel e a missão principal nesse cenário social”, afirmou.

Ao finalizar esse momento de discussão, os participantes suscitaram o tema “Como atrair os jovens para a profissão” e salientaram como é importante divulgar a profissão e haver abordagens de atração para a área. A diretora de Desenvolvimento Profissional do Ibracon, Shirley Silva, citou algumas formas de aperfeiçoamento disponíveis na instituição e o incentivo que as empresas podem dar aos jovens. “Estamos atentos a esse tema e firmamos parceria com algumas universidades para a atração de novos alunos para profissão. Vamos continuar atraindo, mostrando uma profissão inovadora, que abraça a tecnologia e a inclusão”, disse.

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