Contabilidade de pai para filho: uma paixão que se renova e evolui

Por Luciana Melo Costa
Comunicação CFC

O exercício da contabilidade é uma paixão que se renova e evolui ao longo dos anos. Tanto é assim que a profissão segue inspirando gerações e adaptando-se às transformações tecnológicas, contrariando as previsões mais pessimistas sobre o futuro desse ofício.

A atividade continua se expandindo, mesmo em tempos de crise, pois o profissional da contabilidade tem papel estratégico dentro das organizações ao realizar registros contábeis, analisar dados e, consequentemente, fornecer informações fundamentais à tomada de decisões dos gestores. Essas características são as que mais pesam no processo de escolha da profissão.

Herói - Mas parte dessa escolha também vem da inspiração familiar, do exemplo vivenciado dentro de casa e que assume ares de “paixão” ao ter como referencial o próprio pai.  “A opção foi natural e óbvia, já que, desde os 6 anos de idade (primeiras lembranças das visitas que fiz ao escritório), tenho vivido diariamente no ambiente contábil.”, afirma Marcelo Henrique dos Santos (32), filho do vice-presidente de Desenvolvimento Operacional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), João Altair Caetano dos Santos.

Vice-presidente do CFC João Altair e seu filho e sócio Marcelo Henrique.
Foto: arquivo pessoal

“A motivação veio a partir do incentivo que recebi do meu pai. Indiretamente, quando presenciava as reuniões com os clientes, que estavam sempre em busca de uma resolução rápida para os grandes problemas que eles traziam, me fazendo querer ser como aquele herói, solucionador de problemas alheios. E diretamente, quando os primeiros convites para a sucessão começaram, logo que eu iniciara o ensino médio.”

Marcelo é contador e sócio do escritório de contabilidade, em Porto Velho (RO), junto ao pai, e conta que o exemplo vindo de casa também constituiu suas bases pessoais e profissionais. “Sem dúvidas, uma referência marcante dele que levarei para a vida, de uma forma geral, é a confiança que as pessoas têm nele, sejam amigos, familiares ou colaboradores. Sempre é a voz coerente de qualquer conversa. Além disso, o pragmatismo e a ética são hoje dois valores que carrego para a minha vida, cujo aprendizado me veio pelo convívio no dia a dia.”, declara Marcelo Henrique.

O conselheiro vê com orgulho a trajetória do filho e destaca como a renovação trazida pelo descendente modernizou os negócios. “Hoje, ele é sócio do escritório e desempenha um papel muito importante, buscando  novas tecnologias, novos projetos, além de fazer a implantação disso com os colaboradores.”.

Na esteira da transformação digital, João Altair lembra, ainda, como a profissão evoluiu e como a tecnologia foi determinante nessa mudança. “O contador hoje tem que ter uma visão muito mais generalista, muito mais voltada para a gestão, para auxílio à tomada de decisão das empresas e, com certeza, a tecnologia foi um grande aliado dos profissionais da contabilidade.”, concluiu o vice-presidente do CFC.

Influência - Outro exemplo de inspiração vem da família Nóbrega. O contador e ex-conselheiro do CFC, Luiz Fernando Nóbrega (47), também escolheu a profissão tendo como referência o pai, Manoel Nóbrega, ex-conselheiro do CFC. “A escolha da profissão teve influência do meu pai, por conta do escritório que ele tinha. Eu atuo na área desde o dia 3 de fevereiro de 1992. Iniciei o primeiro dia de aula na faculdade simultâneo ao primeiro dia no escritório.”, diz Luiz Fernando.

O exemplo do pai também o influenciou a atuar nas questões institucionais intrínsecas da profissão, por isso Luiz Fernando também foi presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP) e conselheiro do CFC. “Ele é uma referência importante do início desse caminho. A participação institucional do meu pai e a sua atuação são muito respeitadas, inclusive, no Brasil todo.”, relembra.

Ao analisar a evolução da profissão no País, Luiz Fernando afirma que a contabilidade já atua em outro patamar e destaca que cabe ao profissional da área atuar de modo mais consultivo, até mesmo detectando problemas que muitas vezes nem o dono do negócio tem percepção. “Cabe ao profissional entender essa necessidade que pode vir de uma outra área correlata, como, por exemplo, do Planejamento Tributário, e oferecer esse serviço de maneira consultiva, trabalhando não só com a execução da contabilidade, mas com todo o conhecimento que a profissão traz, agregando valor ao cliente dentro do oferecimento desse serviço.”, conclui.

A semelhança das trajetórias mostra que o exemplo familiar também conta como fator preponderante na opção pela profissão contábil.  Por essa razão, o CFC quis homenagear todos os homens que são exemplos para filhas e filhos, em especial os que honram e perenizam a profissão contábil, e parabenizar todos os pais pela proximidade data especial. Um Feliz Dia dos Pais!

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