XI ENMC e XVI Convenção: saiba como foi o primeiro dia dos eventos

Dia 13 de setembro

Por: CQueiroz Comunicação

CineContábil Abracicon abre atividades na tarde do dia 13 de setembro

Dentro da rica programação do XI Encontro Nacional da Mulher Contabilista e da XVI Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul, a tarde do dia 13 de setembro ficou reservada para a apresentação do Cine Contábil Abracicon, com a exibição do filme a “Imagem do Profissional da Contabilidade”.

Em um formato inédito, a película foi comentada pelos integrantes da Comissão de Estudos CRCRS Jovem, Juliano Abadie, e da Comissão de Estudos de Acompanhamento da Área do Ensino Superior, o professor Marco Aurélio Gomes Barbosa.

Em um clima descontraído, os profissionais falaram ao público presente sobre a crescente valorização profissional verificada ao longo da última década.

De acordo com Abadie, “o filme nos traz um retrato fiel da realidade atual dos profissionais e dos estudantes de Contabilidade”, ressaltando que o novo perfil daqueles que abraçaram a profissão contábil é fruto de um trabalho gradativo em uma sociedade que clama por transparência e informação.

Já para o professor Marco Aurélio, hoje o profissional da contabilidade não gera apenas informações, mas é responsável pela transparência à sociedade. “Essa credibilidade é reconhecida por diversos setores, tanto nas áreas social e política, econômica e produtiva, como fruto de um trabalho árduo e específico e aprofundado, que somente o profissional da contabilidade pode oferecer”, assegurou.

Conforme Abadie, a valorização do profissional da contabilidade é notória, verificada, principalmente, nos últimos nove anos. Enfatizou que, desde o 18º Congresso de Contabilidade, em Gramado, em 2008, houve uma transmutação tanto do ponto de vista científico, do emprego das novas tecnologias e da própria classe contábil. “Temos hoje profissionais muito jovens, com um público de cerca de 35% abaixo dos 35 anos e a presença marcante das profissionais femininas. Nossa profissão hoje é mais feminina e mais jovem”, disse.

Para Barbosa, os alunos atualmente já conseguem perceber facilmente a valorização do profissional. Segundo ele, fruto desse trabalho e dessa percepção é a própria pós-graduação, em que alunos têm buscado se qualificar mais. “A especialização, o mestrado e o doutorado são um mercado em ebulição, porque o jovem já sente a necessidade de se qualificar mais”, disse.

O filme mostra que a carreira acadêmica virou opção, o que em uma época atrás não era opção e que a atuação contábil é multifacetada, possuindo vários leques nas mais diversas áreas de atuação. Para o professor, “a docência já é uma carreira e, com essa valorização, o aluno hoje exige mais do professor e este como consequência busca mais conhecimento.”

O recado dado por Abadie é que os jovens continuem se capacitando, participando dos eventos: “acredito na força jovem, dando impulso à profissão. Sejamos felizes fazendo Contabilidade”.

O professor Marco Aurélio Barbosa disse, por sua vez, “que o retorno é garantido. Busquem se qualificar e saibam muito sobre Contabilidade, que é nossa obrigação. Por outro lado, tenham também uma formação universalista, adquirindo outros conhecimentos. Sejam profissionais que o mercado precisa que com certeza o retorno vem”.

Contabilidade Gerencial é tema da Rodada de Conhecimentos

Com o foco permanente no campo das inovações e do compartilhamento de ideias, o XI Encontro Nacional da Mulher Contabilista e a XVI Convenção de Contabilidade do RS trouxeram no primeiro dia de trabalho (13/9) uma proposta inédita, denominada Rodada de Conhecimentos.

Promovida pela Comissão de Estudos de Contabilidade Gerencial do Conselho Regional de Contabilidade do rio Grande do Sul, as discussões se pautaram em torno do tema “Contabilidade Gerencial”.

Para a coordenadora da Comissão, Roberta Salvini, os assuntos sobre o tema geral foram tratados em forma de círculos, no formato de mesa-redonda, em que os profissionais tiveram a oportunidade de conversar sobre subtemas correlatos ao tema principal, destacando-se controle de eficiência, gestão de empresas, fluxo de caixa, gestão de processos, entre outros.

Durante o encontro, segundo Roberta Salvini, foi dada a oportunidade de os profissionais conversarem sobre o assunto e, não, sentarem-se para ouvir uma palestra. “Os participantes sentiram-se à vontade para falar de suas experiências, do seu local de trabalho, de ouvir o que os outros têm feito e trazer experiências do seu próprio universo como uma maneira de contribuir”, disse.

A troca de experiências foi realizada em períodos de 25 minutos, em que cada pessoa participou de uma temática específica.

Palestra aborda desafios para a auditoria independente

Antecedendo a abertura oficial do XI Encontro Nacional da Mulher Contabilista e da XVI Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul e, no dia 13 de setembro, durante a tarde de workshops temáticos, a contadora Monica Foerster proferiu a palestra Atualização nas Normas de Auditoria – Tendências Internacionais e Desafios para o Futuro da Profissão. Ao falar sobre a profissão de auditor independente, ela afirmou que há muitos desafios a serem enfrentados, considerando que existem as normas internacionais de auditoria que são adotadas no Brasil, as quais vêm sendo atualizadas e, consequentemente, exigindo do profissional atualização constante.

Além disso, segundo Monica, existem os desafios do próprio mercado: desafios relacionados à tecnologia, à manutenção de uma adequada qualidade da equipe de auditoria, à busca por clientes e por uma precificação adequada dos serviços e à manutenção da alta qualidade dos trabalhos prestados.

A palestrante afirmou que, internacionalmente, existe uma tendência de, ao mesmo tempo, buscar a máxima qualidade possível em auditoria e a capacitação do profissional para outros serviços. Segundo Foerster, o viés da tecnologia é um dos motivos pelo qual as normas de auditoria vêm sendo atualizadas e se adaptando aos novos tempos. Para ela, o profissional deve estar capacitado a prestar serviços diferenciados, fazendo com que o cliente reconheça seu valor e busque pelo seu trabalho.

O Brasil adota integralmente as normas internacionais de auditoria e, para aquelas que são registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), existe a obrigatoriedade de se submeterem ao Programa de Revisão Externa de Qualidade, conforme dispõe a NBC PA 11 – Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. Com base nesta Norma, é feita a verificação da adequação da qualidade do trabalho de auditoria. “Sem dúvida, a auditoria no Brasil está sendo realizada de acordo com o máximo dos padrões internacionais”, afirmou Monica Foerster.

Monica Foerster é contadora, conselheira do CRCRS, diretora do Ibracon e representante do Brasil na International Federation of Acountants (Ifac), onde, atualmente, preside o Comitê de Firmas de Pequeno e Médio Portes..

Palestrante defende que gestão é o segredo do sucesso

“Gestão é a palavra de ordem do momento”, afirmou o contador Diogo Chamun, presidente do Sescon-RS,, durante o painel intitulado A Importância da Gestão para o Sucesso das Empresas Contábeis, realizado no dia 13 de setembro. Para ele, o Brasil tem uma deficiência muito grande em gestão – seja na área pública ou privada – e o segmento contábil não está distante dessa realidade.

O painel, que contou também com a participação de  Ronaldo Tomazzoni, presidente do Sescon Serra Gaúcha, e Mário Berti, presidente da Fenacon, i apresentou o Programa de Qualidade Contábil (PQC).

O programa surgiu a partir da demanda de empresas do segmento contábil, na busca de performance em sua gestão para atingir a excelência, trazendo como benefícios o aprimoramento dos processos, a capacitação profissional, a fidelização de clientes e a redução de custos com o retrabalho. O PQC, lançado pelo Sescon-RS e Sescon-Serra Gaúcha, é a ferramenta possível para as empresas de contabilidade aprimorarem a sua gestão.

Para Tomazzoni, a gestão é essencial para o sucesso de uma empresa. “Uma gestão focada em todas as etapas e aplicando a qualidade em cada processo possibilitará à empresa condições para competir em um mercado cada vez mais competitivo e com clientes cada vez mais exigentes”, disse ele. Ainda segundo o presidente do Sescon Serra Gaúcha, o PQC vem para auxiliar na organização interna do escritório, preparando a empresa contábil para o novo mercado, incentivando o contador em melhorar e evoluir, auxiliando seu negócio a prosperar e ser mais lucrativo.

Diariamente o empresário contábil se vê às voltas com uma série de exigências. “É a pressão do cliente, pressão do fisco, novidades da legislação tributária, todo o dia você tem que estar se atualizando – a gente vive em um turbilhão”, afirmou Mário Berti.  Segundo o presidente da Fenacon, nesse turbilhão, o empresário contábil se esquece de implantar a gestão em sua própria empresa.

Para Berti, há a necessidade de se reinventar, de ter criatividade, de buscar novas ferramentas e o PQC é fundamental para que as pessoas revejam seus próprios processos e seus próprios conceitos.

Para saber mais sobre o Programa de Qualidade Contábil, acesse https://www.pqcrs.com.br/

Como funciona

O programa irá avaliar as empresas e conceituá-las com estrelas (de uma a cinco) de acordo com o seu grau de maturidade. Serão analisados três pilares: requisitos legais, capacitação da equipe e alinhamento ao MEG. A avaliação será realizada por ciclos anuais, sendo que o primeiro ciclo já está aberto a adesões.

Normas  auxiliam o  trabalho do perito contábil

Honorários, comunicação do início da perícia, termo de diligência e laudo pericial. Esses quatro assuntos foram colocados por Paulo Cordeiro de Mello, perito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, como muito importantes, durante palestra realizada no primeiro dia do XI ENMC e XVI CCRS.. Esses assuntos são detalhados em diversos pontos das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à perícia.

Segundo Mello, o assunto mais debatido entre os profissionais da área é a elaboração da proposta de honorários. Há muitas dificuldades nesse processo, porém, na opinião dele, os maiores problemas enfrentados são a colocação dessa proposta no processo judicial, a manifestação das partes eo momento em que o Juiz vai arbitrar o valor do trabalho pericial. Além disso, o Código de Processo Civil indica a necessidade de o profissional comunicar as partes e os assistentes técnicos para que todos tenham a possibilidade de acesso ao desenvolvimento da perícia – demonstrando, assim, transparência no processo.

Durante o desenvolvimento da perícia, acrescenta Mello, outro ponto muito discutido é a questão do levantamento dos documentos. “A Norma Brasileira de Contabilidade trata do assunto quando define o termo de diligência – o momento em que objetivamente o perito faz o pedido das informações necessárias para o desenvolvimento do seu trabalho técnico. Se o profissional não faz adequadamente essa parte, ele acaba prejudicando todo o resultado do trabalho”, afirmou Mello.

Finalizando, Cordeiro afirmou que o laudo só se sustenta se o procedimento de trabalho for bem feito. “O laudo não deve ser algo complicado para o perito, pois é o resultado de todo um trabalho que teve início lá no levantamento da proposta. Ele deve ser pensado desde o momento em que se elabora a proposta de honorários”, afirma ele.

Há duas NBCs para a atuação da perícia: a norma técnica NBC TP 01 - Perícia Contábil,  e a norma profissional NBC PP 01 – Perito Contábil. Ambas estão disponíveis para download no site do Conselho Federal de Contabilidade, em Legislação

Estrutura Conceitual do Setor Público foi tema de debates

“A Estrutura Conceitual corresponde ao pilar das normas do Setor Público”, afirmou Bruno Ramos Mangualde, analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional e membro do Grupo Assessor das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), durante sua palestra intitulada NBC TSP Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público, realizado no dia 13 de setembro. “É a norma que orienta a própria elaboração das outras normas”, disse.

Mangualde falou que a Estrutura Conceitual contempla os fundamentos da Contabilidade Pública, apresentando os conceitos basilares tais como, elementos, escopo, abrangência, propósito, além das formas de evidenciação e apresentação da informação contábil do Setor Público.

“Ela se assemelha, no setor privado,  ao CPC 00 – Framework – e deriva de um trabalho de longa data realizado pelo International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB),  da International Federation of Accountants (IFAC), responsável pela elaboração das normas internacionais de contabilidade aplicadas ao setor público, mas já convergida ao padrão nacional, ao padrão do CFC, em um trabalho feito pelo Grupo Assessor do CFC.

Chamada de “a norma das normas”, a Estrutura Conceitual abarca todas as demais normas do setor público, e não somente as que serão convergidas, uma vez que traz fundamentos e esclarece como caracterizar um ativo, um passivo, como evidenciá-los, apresenta o propósito da informação contábil, quais são suas características qualitativas e suas bases de mensuração. “É uma norma muito abrangente e um grande instrumento para apoio ao profissional da área contábil”, afirmou o palestrante.

Existem 39 normas internacionais voltadas para o setor público editadas pela IFAC. Foram publicadas, no final de 2016, a Estrutura Conceitual, que trata dos princípios que devem ser seguidos por todas as regras do setor; a NBC T SP 01,  sobre o registro das receitas de transações sem contraprestação, tais como os tributos e contribuições devidos pelo cidadão; a NBC TSP 02, que trata do registro das receitas com contraprestação, que são aquelas recebidas pelo Estado por um serviço público ou produto de valor proporcional prestado ao cidadão; a NBC TSP 03 que define como devem ser registrados as provisões, os ativos e os passivos contingentes; a NBC TSP 04, sobre Estoques; e a NBC TSP 05, sobre Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente.

Ainda no segundo semestre deste ano, serão submetidas à aprovação do Plenário do CFC mais cinco normas em 2017: NBC TSP 6 – Propriedades para Investimento; NBC TSP 7 – Ativo Imobilizado; NBC TSP 8 – Ativo Intangível; NBC TSP 9 – Ajuste ao Valor Recuperável de Ativos não Geradores de Caixa; e NBC TSP 10 – Ajuste ao Valor Recuperável de Ativos Geradores de Caixa. No calendário de trabalho do Grupo Assessor, constam mais 12 normas para divulgação em 2018 e as demais, completando a convergência, até o ano de 2021.

 

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