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Por Poliana Nunes
Comunicação CFC
Sustentabilidade foi o tema central do primeiro seminário realizado pela União dos Contabilistas e Auditores de Língua Portuguesa (Ucalp) em 2025. O evento, intitulado “Sustentabilidade e Ética: Desenhando o Futuro da Governança Global” ocorreu nesta segunda-feira (10) em Lisboa, Portugal, e contou com a participação de representantes do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
“A sustentabilidade domina a pauta global. Essa agenda não se trata de ativismo ou de modismo. É uma situação muito real que estamos enfrentando, especialmente quando olhamos as questões climáticas. Então temos que tratar a questão da sustentabilidade com muito pragmatismo porque ela tem uma relação intrínseca e totalmente direta com a nossa profissão”, disse o contador Zulmir Ivânio Breda, ex-presidente do CFC e atual membro da Diretoria de Estratégias e Parcerias Globais da autarquia.
Zulmir Breda participou como palestrante no painel “Norma de sustentabilidade: processo de interação e melhores práticas”, ao lado de Carlos Menezes, membro da Comissão de Normalização Contabilística (CNC). Como moderador, foi convidado o presidente da Federação dos Contadores do Mediterrâneo (FCM), Nelson Ferreira.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), citados por Breda, o planeta, como um todo, sofre os efeitos da ação humana. A China lidera o ranking de emissão de gases de efeito estufa e o Brasil segue como o sexto na lista. “A China é a maior emissora de GEF, mas é também o país que mais investe em recursos para energia limpa e renovável, com o objetivo de reverter a atual situação”, comentou o ex-presidente do CFC.
Entre as ações apresentadas para minimizar os impactos negativos no meio ambiente está a implementação da abordagem ESG (Ambiental, Social e Governança), que são diretrizes adotadas por empresas para promover sustentabilidade, transparência e responsabilidade social, buscando equilibrar lucro e impacto positivo na sociedade, além de atrair investidores e consumidores conscientes.
Na área contábil, a sustentabilidade virou norma e gerou relatórios não financeiros. Para unificar o padrão de divulgação das informações de sustentabilidade, a Fundação IFRS criou o International Sustainability Standards Board (ISSB), uma linha de base global e de alta qualidade de divulgações de sustentabilidade focadas nas necessidades dos investidores e dos mercados financeiros.
Para incorporar a norma ISSB no Brasil, foi criado o Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), do qual o CFC é integrante. O Brasil é o primeiro no mundo a adotar as normas ISSB, entretanto, a maior parte das organizações está em fase de entendimento dessas normas. Quase 60% das empresas no país ainda não definiram os papeis e as responsabilidades para a preparação das divulgações relacionadas à sustentabilidade.
O membro do CNC, Carlos Menezes, lembrou que todo esse trabalho é intrínseco ao contador. “É urgente repensar a forma de operar das empresas, a forma de comunicar o seu impacto no mundo. É aí que entra o contador, pois somos nós que temos a capacidade de medir e comunicar o desempenho do ESG, de avaliar os riscos e oportunidades, de incorporar a informação nos relatórios e estratégias financeiras e de auxiliar os clientes a incorporar a sustentabilidade na tomada de decisões diárias”, disse.
Para conferir o seminário “Sustentabilidade e Ética: Desenhando o Futuro da Governança Global” na íntegra, acesse aqui.
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