Por Lorena Molter
Comunicação CFC
O segundo dia de programação do XIX Seminário Internacional CPC Normas Contábeis Internacionais foi iniciado com apresentações sobre o Grupo Latinoamericano de Emisores de Normas (Glenif/GLASS) e o International Sustainability Standards Board (ISSB, na sigla em inglês). O encontro começou no dia 14 de setembro e será finalizado nesta quinta-feira (15), e possui em sua programação assuntos muito debatidos atualmente, como sustentabilidade e criptoativos.
O presidente do Glenif, Jorge Gil, abriu os trabalhos do dia explicando sobre a atuação do Grupo, os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no momento e a importância das contribuições dos profissionais da contabilidade brasileiros para a construção dos documentos propostos pela entidade, como os estudos voltados para pequenas e médias empresas.
Em seguida, o primeiro painel do dia abordou o tema “ISSB”. A presidente da Associação Nacional de Executivos (Anefac) e membro do Conselho de Vogais da Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (FACPC), Marta Pelucio, foi a moderadora da palestra.
Pelucio falou sobre a finalidade da criação do ISSB e dos objetivos do referido board. Outro ponto abordado pela moderadora foi o desafio de se chegar a um consenso sobre as demonstrações relacionadas aos riscos climáticos e sobre o meio de materialização dos aspectos que envolvem os valores ambientais, sociais e de governança.
O senior Market Leader for Ibero-America da IFRS, Arturo Rodriguez, foi o convidado para falar sobre o ISSB. O palestrante iniciou as suas palavras falando que o desenvolvimento de normas leva tempo e esclareceu que, do mesmo modo, os documentos relacionados à sustentabilidade passarão por um processo até que sejam emitidos.
Em sua apresentação, Rodriguez deu ênfase a algumas temáticas, como o que é o ISSB, o seu contexto de criação e o porquê de a Fundação IFRS ter tomado a decisão de entrar no mundo da sustentabilidade; a minuta de Divulgação de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade (IFRS S1) e a minuta de Divulgação Relacionada ao Clima (IFRS S2); a importância e os benefícios da taxonomia digital para a análise e o consumo das informações; e os próximos passos para o desenvolvimento das normas de sustentabilidade, envolvendo reguladores e profissionais da contabilidade.
Rodriguez explicou ao público que o ISSB terá como uma de suas atividades o desenvolvimento de normas que tornem possível a comparabilidade de informações de sustentabilidade. Durante a sua apresentação, o palestrante descreveu e expôs os pilares e as características das minutas da IFRS S1 e da IFRS S2, materiais nos quais o ISSB trabalha no momento e que estiveram por 120 dias em audiência pública. Rodriguez ainda contou ao público que, nesse período, esses projetos de normas receberam mais de 1.300 cartas e comentários, vindos de todos os continentes. Outro ponto ressaltado foi a realização de mais de 400 eventos durante os quatro meses em que as minutas estiveram disponíveis para consulta pública.
Sobre a importância da taxonomia digital, Rodriguez citou que as informações se tornam legíveis digitalmente, o que permite aos investidores acessar e analisar as informações de forma eficiente; são criadas oportunidades para melhorar a transparência e a eficiência do mercado de capitais e reduzir do custo de capital; e são criadas oportunidades para ajudar os reguladores nas atividades de supervisão e cumprimento das normas pelo mercado.
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