Conexão Contábil Nacional: Importância da formação acadêmica no perfil do futuro profissional da contabilidade

Por Luis Fernando Souza / Estagiário sob supervisão

O Conexão Contábil Nacional, que acontece em Campina Grande (PB), teve início na manhã desta terça-feira (6). O evento, que é uma iniciativa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e realizado pelo Conselho Regional de Contabilidade da Paraíba (CRCPB), acontece no formato híbrido e, durante a tarde, abordou o tema “A Importância da Formação Acadêmica no Perfil do Futuro Profissional da Contabilidade”.

Para discutir o assunto, esteve presente como moderadora a conselheira do CFC Sônia Maria da Silva Gomes. Como painelistas, constavam o presidente da Associação de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (Anpcont), Edilson Paulo, e o conselheiro do CFC Elias Dib Caddah Neto.

Após os profissionais se apresentarem para o público, a moderadora iniciou o painel destacando a importância do tema a ser debatido. “Discutir esse assunto é um desafio muito grande, ainda mais em um ambiente de incerteza, mudança e, principalmente, tecnologia. Desde novembro de 2022, estamos vendo a Inteligência Artificial (IA) presente em nosso cotidiano. Outro ponto é a mudança climática e como ela está impactando a forma de se fazer negócios.”

Em seguida, Paulo fala sobre o que o senso comum pensa da profissão contábil e como ela pode mudar ao decorrer dos anos. Na oportunidade, porém, o presidente da Anpcont enfatizou que o profissional da contabilidade atua na resolução de problemas. “É nessa hora que deixamos de ser o mal necessário. Nem sempre vamos ter a resposta, mas nós somos parte da solução”, diz.

Para exemplificar sua afirmação ao público, por meio de uma apresentação, o profissional cita diversos assuntos como: acontecimentos recentes do mercado internacional; IA; e ambiente, social e governança corporativa (na sigla em inglês, ESG), que são campos com os quais o contabilista terá de lidar. “Lá atrás a gente achava que Contabilidade era sim ou não, preto no branco, isto ou aquilo, mas a gente já percebeu que o pessoal largou essa história de que Ciências Contábeis é algo exato e binário, e, logicamente, muita coisa depende da intepretação para definir contabilidade”, fala o painelista.

Ao decorrer de sua fala, Paulo abordou também conhecimentos e habilidades necessários para a atuação do profissional da contabilidade no mundo hodierno e no futuro. Na ocasião, ele parabeniza o CFC pela mudança nas diretrizes curriculares no curso de Ciências Contábeis, pois, para ele, é importante que o ensino seja flexível, para que haja uma evolução dentro do ambiente acadêmico.

“O problema é: quais são as habilidades e os conhecimentos necessários para um estudante em formação? No entanto, antes disso, temos que pensar: essa pessoa se forma em quatro anos e vai atuar na Contabilidade por uns 50 anos. Vocês conseguem identificar a expertise necessária depois de todo esses anos? Difícil... Por isso, o conhecimento não pode ser engessado”, expressa Paulo.

Além disso, ao falar de educação continuada, ele cita exemplos de tecnologias e soft skills que devem ser usadas ao favor do profissional, e não ao contrário.

Posteriormente, o segundo convidado, Neto, iniciou a sua fala de maneira interligada ao discurso de Paulo. Na ocasião, o conselheiro discursou sobre formação acadêmica e expectativas do mercado em relação ao futuro profissional. Para ele, o assunto é um alerta para estudantes e profissionais ativos no mercado. “Temos que analisar que, hoje, o fato de ter um currículo robusto, com vários cursos e vários idiomas, não é mais o suficiente. Precisamos trabalhar o que não se coloca no currículo”, explica Neto.

Ele ressalta também as soft skills necessárias para o profissional. Entre elas, estão a criatividade para questões de resolutividade de problemas complexos; pensamento crítico diante de eventuais contratempos; gestão de pessoas; liderança e influência social; pensamento analítico; resiliência tolerância e flexibilidade; entre outros.

“Para isso tudo, é necessário cultivar nossa criatividade. Temos que nos perguntar como podemos encontrar novas alternativas e outras soluções para resolver determinadas situações. Então, temos de aguçar isso na gente”, diz o profissional.

Por fim, Neto abordou alguns pontos das novas diretrizes do curso de Ciências Contábeis, que são baseadas em competências e habilidades e discursou sobre eles.  

Para assistir ao painel na íntegra, acesse o canal do Youtube do CFC. Clique aqui.

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