Ifac Global Connect 2025 destaca cooperação internacional e o impacto da IA nas informações contábeis

Por Poliana Nunes, com informações da Ifac
Comunicação CFC

A edição 2025 do International Federation of Accountants (Ifac) Global Connect, realizada nos dias 12 e 13 de novembro na Cidade do México, trouxe como tema central o conceito “better together”. A partir da temática, lideranças da profissão contábil de todo o mundo se reuníram para discutir prioridades, fortalecer os laços globais e promover o avanço da profissão em benefício do interesse público.

Na abertura do encontro, o presidente da Ifac, Jean Bouquot, ressaltou o valor das conexões como elemento essencial da visão de futuro da Ifac. “Os encontros presenciais são um verdadeiro alicerce para construirmos uma profissão conectada e resiliente. Este evento reafirma nossa crença no poder da colaboração e nos inspira a continuar avançando com ética, excelência e compromisso com a sustentabilidade e inclusão. Juntos, moldaremos uma profissão cada vez mais forte, conectada e preparada para os desafios do amanhã", disse.

Outro participante da sessão de abertura foi o diretor executivo da Ifac, Lee White, que destacou a necessidade de alinhamento global em temas estratégicos, como capital privado e inteligência artificial, e enfatizou que o evento seria um espaço para “explorar oportunidades e conexões que podem transformar o trabalho de maneira significativa”.

Embora a abertura tenha marcado o tom da programação, o foco central da primeira sessão, conduzida pelo diretor da International Organization of Securities Commissions (Iosco), Jean-Paul Servais, foi o papel crescente da tecnologia e dos padrões internacionais na consolidação de um ambiente financeiro transparente e confiável.

Logo no início, o dirigente destacou a relevância da inteligência artificial como uma das forças mais transformadoras da atualidade. Para ele, a IA tem potencial para ampliar a eficiência e oferecer novas capacidades analíticas, mas seu uso deve vir acompanhado de rigor técnico e prudência. “Para auditores, é essencial destacar a necessidade de aprimorar a gestão de riscos, promovendo análises robustas e precisas”, afirmou. Servais reforçou que a aplicação correta dessas ferramentas pode fortalecer a avaliação de riscos, aprimorar a definição de dados e elevar a qualidade das informações financeiras.

A partir desse ponto, estruturou sua fala nos três pilares que orientam o trabalho da Iosco: integridade do mercado, proteção do investidor e confiabilidade das informações contábeis. Ele explicou que esses princípios servem de guia para análises mais profundas sobre os modelos de negócios dos clientes e das empresas.

Outro tema central foi a importância de apoiar uma agenda global para avançar em questões contábeis. Servais defendeu que um padrão universal bem implementado pode reduzir o custo de capital, facilitar investimentos transfronteiriços e ampliar a confiança no sistema financeiro internacional. Nesse sentido, destacou que a missão da Iosco é assegurar que os padrões adotados sejam de alta qualidade e aplicáveis de forma consistente em diferentes jurisdições.

O diretor também reforçou o papel da Iosco na construção de uma rede global de segurança, que, segundo ele, é “fundamental para assegurar a qualidade e a confiabilidade da implementação dos padrões ao redor do mundo”. Essa estrutura busca fortalecer a comparabilidade das divulgações financeiras e assegurar que investidores recebam informações transparentes e de qualidade.

No encerramento de sua fala, Servais apresentou três objetivos prioritários para o futuro: aprofundar a cooperação internacional, ampliar a capacitação de profissionais e organizações e fortalecer continuamente a estrutura de relatórios de alta qualidade. Para ele, esses passos são essenciais para sustentar o crescimento sustentável e a credibilidade dos mercados.

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