Especial Dia das Mães: quando carreira e maternidade viram sinônimo de sucesso

Comunicação CFC

Conciliar carreira e maternidade tem sido um dos grandes desafios da vida feminina. Desde que a mulher passou a integrar o mercado de trabalho, ajustar a vida familiar com a profissional se tornou um esforço constante. Isso porque, esse ato necessita de muita entrega, paciência, renúncia e muita habilidade emocional.

Entre os muitos obstáculos existentes a essa conciliação, o que mais absorve a mulher é a jornada dupla de trabalho, que consiste em afazeres domésticos e/ou cuidados com crianças e idosos. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres ocupadas dedicaram 6,8 horas por semana a mais do que os homens na realização dessas tarefas.

Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022, que levantou informações sobre cuidado de pessoas, afazeres domésticos, produção para o próprio consumo e trabalho voluntário. 

Mas, apesar das adversidades, cada vez mais, multiplicam-se histórias exitosas sobre maternidade e carreira. Dentro do universo contábil, no Sistema CFC/CRCs, quatro histórias de mulheres bem-sucedidas e realizadas se destacam como exemplos de triunfo.

A primeira diz respeito à vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a contadora Sandra Maria de Carvalho Campos,  atuante na carreira e no sistema contábil há mais de 24 anos.

“Eu pude me tornar uma profissional na plenitude, me capacitar, estar sempre atualizada, ter um nome feito no mercado, ao mesmo tempo em que consegui ser uma mãe presente, participativa, uma mãe que pôde acompanhar as fases de crescimento, desenvolvimento, amadurecimento da vida de seus filhos, e hoje me permite inclusive acompanhar as dos meus netos. Me mantenho na ativa profissionalmente e me mantenho muito presente na minha vida familiar”.

Sandra lembra que nessa trajetória nem tudo foi tranquilo, mas que ainda assim nada a impediu de alcançar a realização dessa conciliação.

“Eu nunca tive que escolher entre a profissão ou a minha missão como mãe. Quando olho para trás, é lógico que tiveram momentos em que eu precisei sacrificar um aspecto, mas não por um tempo prolongado, nada que trouxesse traumas ou nada que resultasse em culpa hoje. Me reconheço como uma mãe que é extremamente feliz, grata e que pode reconhecer que fez um trabalho bem feito.”

A segunda história é da vice-presidente de Política Institucional do CFC e empresária contábil, Maria Dorgivânia Arraes Barbará. Mãe de dois rapazes, desde muito cedo, exerceu os cuidados maternos ainda com seus irmãos, após o falecimento de sua mãe quando ela tinha apenas 12 anos. Por toda essa bagagem de vida, Dorgivânia fala com autoridade sobre esse tema e também demonstra que é possível conciliar ambas as opções, tudo com bastante sabedoria.

“Eu sempre estudei muito e me capacitei muito, mas sem deixar de buscar meus filhos na escola, almoçar com eles, cuidar, brincar, ir à praia... A mãe é um polvo com vários braços e uma cabeça pensante para dar conta de tudo”.  

Dorgivânia também enfrentou percalços e problemas de saúde com um dos filhos. Mas esses contratempos não a desviaram do caminho da integração carreira e maternidade e isso foi uma escolha bem acertada, como ela mesma constata.

“Quero ler um bilhete que meu filho Gilberto escreveu certa vez para mim: ‘Mãe, obrigado por ser uma mãe incrível e por demonstrar que é possível conciliar uma carreira bem-sucedida com amor e carinho incondicionais por sua família. Você é uma inspiração para todos. Feliz Dia das Mães. Gilbertinho”. 

Outra história de sucesso é contada pela vice-presidente de Controle Interno do CFC, Ana Luíza Pereira Lima. Ela conta que, para o alcance dessa conquista, o planejamento foi uma etapa primordial no processo.

“Para eu poder conciliar a minha carreira profissional com a maternidade, eu me planejei. Eu rezei uma cartilha, na verdade. Eu casei e aí procurei me formar antes de ter filho, fiz um concurso, e aí quando eu já tinha uma estabilidade, eu resolvi ter filhos. E nesse planejamento eu também tive sorte porque na hora que eu resolvi que era a hora de eu ter filho, eu consegui engravidar. Então, isso também ajudou muito nessa questão do planejamento.”

Mãe de um casal de jovens, Ana Luíza ressalta que mesmo planejando ainda existem reveses que fogem ao controle das situações. Ela destaca que uma boa dose de esforço é necessária para contornar essas atribulações.

“A gente tem no meio do caminho muitas questões. Eventualmente, você não tem condição de sair para chegar no horário certo da festinha do Dia das Mães. Às vezes, são muitas atividades para as quais a escola nos chama e não temos como ir, pois naquele momento estamos no auge do trabalho. Enfim, eu fui me desdobrando e fui tentando conciliar e deu tudo certo.”

Já a vice-presidente Técnica do CFC, Ana Tércia Lopes Rodrigues, vivenciou essa experiência a partir da adoção.

“Atualmente, sou mãe de uma filha adulta, 33 anos, o que facilita muito a minha vida. Mas a verdade é que o sentimento de culpa que acompanha as mães sempre esteve presente comigo. É uma equação complexa de resolver e eu só dou conta porque gosto muito de tudo o que eu faço. Minha rotina sempre foi atribulada, nem tive tempo de engravidar. A Jéssica já veio pronta, foi adotada por mim aos 6 anos de idade. Minha experiência de conciliar trabalho e maternidade só foi possível com uma rede de apoio familiar que contava com esposo, mãe, pai, sogra, irmã, toda família abraçou a causa.”

Para Ana Tércia, lidar com a culpa foi uma parte essencial para se manter firme no propósito e galgar a estabilidade emocional necessária a continuidade dessa conciliação.

“Tive que aprender a conviver com a culpa, não eliminar, mas entender e não deixar que ela me sabotasse. Terapia foi fundamental para lidar com a Jéssica adolescente, com a rebeldia e, como consequência da minha mudança, do meu amadurecimento emocional, espiritual e autoconhecimento, eu também provoquei mudanças no meu entorno.”

De acordo com Ana Tércia, essa experiência permitiu a ela trazer para si os cuidados não só à filha, mas a todos da sua família.

“Com o passar do tempo e, em decorrência de perdas familiares na pandemia, eu me vi assumindo o matriarcado e sendo a referência feminina para a minha família. Sou eu que organizo a ceia de Natal, de Páscoa e dedico o máximo de tempo livre aos finais de semana para estar com eles e com os pets que são meus filhos caninos, Ganesha e Vuitton.”

Ao observar a história dessas grandes mulheres, vemos que não existe uma receita exata de sucesso para conciliar carreira e maternidade. O que existe é sobretudo amor. Esse sentimento tão inerente às mulheres é que torna possível todas as coisas. Parabéns a todas as mães!

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