ENMC: Implantação de relatórios com Normas de Sustentabilidade, uma janela de oportunidades para contadores

Por Graça Ferrari

CRCSP

O painel “A Implantação das Normas de Divulgação de Sustentabilidade no Brasil e o Papel do CBPS” teve como palestrantes o ex-presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) Zulmir Breda e a PHD em Direito Tatiana Cymbalista com moderação da conselheira do CFC Sônia Maria da Silva Gomes.

A moderadora Sônia destacou a importância e a urgência de discutir sustentabilidade no âmbito contábil. “Nós, contadores, teremos um papel fundamental nos relatórios de sustentabilidade”, disse Sônia.

Zulmir começou elogiando a escolha de Manaus como sede do XIII Encontro Nacional da Mulher Contabilista (ENMC). “A Floresta Amazônica é o pulmão do mundo, criada há 6 milhões de anos e que, em pouco tempo, estamos destruindo. Falar e praticar a sustentabilidade é nosso dever como cidadãos”. 

O ex-presidente do CFC representa o CFC no Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), lançado há um ano, no dia 22 de setembro de 2022, no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP), com uma estrutura semelhante à do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Existem duas normas que, futuramente, deverão fazer parte dos relatórios das empresas: a IFRS S1 e a IFRS S2 – a primeira, para as empresas relatarem informações sobre sustentabilidade; e a segunda, para divulgarem suas ações com relação às questões climáticas.

“Temos empresas que já estão avançadas nessas divulgações”, disse Zulmir, “e outras que estão ganhando experiência ou apenas começando”. Ele disse que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve divulgar norma obrigando a adoção das duas normas nas empresas que estão sob a égide da Comissão. Zulmir também destacou que “as empresas não podem só apresentar lucro, mas precisam retratar, nos seus informes, os aspectos econômicos, sociais e ambiental”.

A advogada Tatiana Cymbalista afirmou que o tema sustentabilidade é muito amplo. “As empresas impactam o tecido social, e muitas têm preferido fazer relatórios sobre ESG ou ASG, com indicadores ambientais que possam ser auditados.

Ela elogiou a criação das normas S1 e S2, “porque precisamos acabar com relatórios green wash, em que as empresas 'fingem' que estão adotando medidas ambientais”. Tatiana avalia que os novos relatórios com preocupações socioambientais têm relevância nas matérias contábeis. “Espero que advogados e contadores, juntos, consigam contribuir para um planeta sustentável”, finalizou Tatiana.

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