Por Amanda Oliveira
Comunicação CFC
A próxima terça-feira (22) marca no calendário um fato histórico. Há 75 anos, no dia 22 de setembro de 1945, o então presidente Getúlio Vargas assinava o Decreto-Lei n.º 7.988, que criava no Brasil o primeiro curso de ensino superior em Ciências Contábeis. Desde então, a data é celebrada como o Dia do Contador.
A formação de nível superior gerou muitos avanços na prática contábil. Com o mesmo objetivo, outra condição, além da formação técnica, começou a ser exigida para o exercício profissional. Criado a partir da lei n.º 12.249/2010, o Exame de Suficiência é um pré-requisito para obtenção do registro de contador.
Não à toa, no dia 27 de março de 2011, mais de 16 mil inscritos trocaram a manhã de um domingo para dar um grande passo na carreira. Em sua primeira edição, o exame foi aplicado em 116 cidades ao redor do país. Clayton Domingues era um dos participantes. “Havia muita expectativa. Era um misto de novidade e desafio”, descreveu.
Na época, ele conquistou o primeiro lugar. Hoje, o auditor no Ministério Público do Estado do Paraná conta que o exame é uma oportunidade de enxergar as competências técnicas esperadas do profissional da contabilidade. ”Com ele, nivelamos o ensino ministrado nas universidades do país, bem como criamos uma cultura de aprendizado constante na comunidade universitária".
Segundo a legislação, o Exame de Suficiência deve ser realizado por estudantes no último ano da graduação ou por quem já concluiu. A proposta é verificar se os candidatos têm as competências necessárias para a atuação na área. Dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) revelam que, entre 2011 e 2020, mais de 600 mil pessoas foram submetidas às provas.
O presidente do CFC, Zulmir Breda, destacou a importância do exame para a classe contábil. “Do ponto de vista do mercado, ele assegura um profissional mais bem preparado para cumprir seu mandato de interesse público. Do ponto de vista da área acadêmica, estimula o aperfeiçoamento do ensino e, do ponto de vista da classe, promove uma melhor visão perante a sociedade”, refletiu.
Modalidade virtual
Neste ano, o certame teve sua primeira edição virtual devido à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Durante uma live realizada antes da prova, que aconteceu no dia 16 de agosto, a vice-presidente do CFC, Lucélia Lecheta, explicou o motivo da adaptação.
“Ainda no mês de março, ao avaliarmos que não conseguiríamos aplicar o Exame de forma presencial, foi feita a suspensão do certame para aguardar novas orientações da Organização Mundial de Saúde, dos órgãos de saúde aqui do país, bem como alguma situação que tornasse possível a realização do exame. Infelizmente, as coisas não andaram conforme gostaríamos e, desde logo, começamos a pensar em outro plano”, afirmou.
Segundo dados da Consulplan, empresa licitada para a execução do exame, cerca de 40 mil examinandos realizaram a prova virtual. Deles, 38,19% foram aprovados. Os números foram divulgados no Diário Oficial da União do dia 17 de setembro.
“Desde que o Exame foi estabelecido, por meio da Lei n.º 12.249/2010, nós, profissionais da contabilidade, entendemos o quão importante ele é para a valorização da nossa profissão e, por isso, o Conselho Federal sempre teve muito zelo e muito cuidado com a realização do exame em todas as edições que foram feitas presencialmente até hoje”, reforçou Lecheta.
No total, mais de 300 mil profissionais estão devidamente regulamentados e podendo exercer a profissão.
Exame de Suficiência 2.2020
O edital da segunda edição do Exame de Suficiência de 2020 já está disponível para consulta. As inscrições poderão ser feitas no período de 22 de setembro a 22 de outubro, e deverão ser efetuadas no site da Consulplan e no do CFC. A isenção da taxa de inscrição, que será de R$50,00, poderá ser solicitada até o dia 24 de setembro.
A segunda edição deste ano também será realizada na forma on-line, no dia 8 de novembro, das 9h30 às 14h. Para mais informações, clique aqui.
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