Por Andréa Rosa
Comunicação CFC
“Vamos avançar com a contabilidade”. Com essas palavras, o coordenador do XVIII Congresso USP Internacional de Contabilidade e XV Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, prof. Dr. René Coppe Pimentel, abriu oficialmente o evento, na noite do dia 25 de julho, no auditório da FEA, em São Paulo (SP). O evento teve como lema “Moving accounting foward” e um dos seus maiores atrativos foi a programação técnica, que contemplou mais de 145 sessões, além de palestras e fóruns.
A solenidade de abertura contou com a presença do chefe do Departamento de Contabilidade da USP, Prof. Dr. Ariovaldo dos Santos; do chefe da Revista Contabilidade & Finanças, Prof. Dr. Fábio Frezatti; e do presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipeafi), Prof. Dr. Welington Rocha. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), um dos patrocinadores do evento, foi representado, na solenidade, pelo detentor da Medalha Mérito Contábil João Lyra e membro do Conselho Consultivo do CFC, Prof. Dr. Eliseu Martins.
Na contramão das dificuldades que a pesquisa científica enfrenta no Brasil, a 18ª edição do evento contabilizou números impressionantes. Segundo o Prof. Dr. René Coppe, houve um aumento significativo nas submissões de trabalhos: foram 564 trabalhos enviados – o que representa um aumento de 20% em relação ao evento anterior, realizado em 2017. “Um recorde histórico”, disse Coppe. A quantidade de trabalhos aprovados também foi maior em relação ao ano passado. De acordo com o coordenador do Congresso, foram 288 artigos, "o que demonstra que a qualidade científica está crescendo”.
Moving Accounting Forward
A palestra de abertura contou com a participação dos presidentes da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Alfried Karl Plöger; do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Francisco Sant’anna; e da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP), Lucy Sousa. O Prof. Dr. Bruno Salotti foi o coordenador da palestra.
O debate teve por objetivo inspirar os participantes – enquanto pesquisadores – a buscar temas que possam responder a problemas reais e, também, motivá-los a realizar pesquisas que possam ajudar os profissionais da contabilidade a resolver questões práticas, que acontecem no dia a dia. “Um dos propósitos centrais do evento - desenvolver a contabilidade - é fazer com que a prática se conecte com a pesquisa, ou seja, fazer com que o mundo real converse com a pesquisa acadêmica. Afinal, a contabilidade é uma ciência eminentemente prática”, afirmou Salotti.
O presidente da Abrasca disse que o papel do profissional contábil dentro das companhias abertas mudou substancialmente em decorrência desse processo de modernização do padrão contábil. "Mais recentemente, com o princípio de privilegiar a essência sobre a forma, a informação contábil tornou-se estratégica para a tomada de decisões empresariais de alto nível. O status do profissional de contabilidade se elevou dentro das companhias, passando a participar dos mais altos níveis decisórios. Nesse contexto, o aprendizado de algo novo, em constante mudança, como as normas internacionais de contabilidade, requer grande integração entre empresas e academia”, disse Plöger.
O presidente do Ibracon, Francisco Sant’Anna, registrou, por sua vez, que o Instituto incentiva a produção de pesquisas acadêmicas por meio do Prêmio Transparência Universitário, reconhecendo os alunos dos cursos superiores de Ciências Contábeis que se destacam na abordagem de temas relacionados à Contabilidade e Auditoria Independente. O autor do trabalho vencedor ganhará uma viagem de cinco dias para Londres, na Inglaterra, incluindo uma visita à sede do International Accounting Standards Board (Iasb).
Já Lucy Sousa afirmou que, “apesar de o padrão IFRS (International Financial Reporting Standards) estar incorporado à atividade do analista de mercado, ainda existem desafios a serem enfrentados”. Sobre esse ponto, os palestrantes concordaram que o processo de implantação das normas IFRS ainda não terminou, restando vários desafios a serem vencidos.
Na oportunidade, foram sugeridos temas para pesquisa como: consolidação (ex: setor imobiliário), classificação de ativos híbridos (ex: debêntures conversíveis), procedimentos custosos sem benefícios claros (ex: ativos biológicos) e avaliação de concessões.
Para o presidente da Abrasca, o desafio é elaborar pesquisas e sugestões de simplificação no processo de apresentação das informações aos usuários. Outro ponto sugerido por Alfried Plöger é a inclusão de assuntos relacionados com a inovação tecnológica nos processos contábeis das empresas, questão que deve ser priorizada, considerando que o processo de disrupção tecnológica que já está promovendo expressivas transformações em todo o ambiente de negócios. “Certamente a contabilidade e a auditoria não sairão imunes desse processo”, afirmou Plöger.
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