Controle de custos otimiza recursos públicos

Por Joana Wightman
RP1 Comunicação

Encontro no Conselho Federal de Contabilidade apresentou casos de sucesso na gestão pública

Em evento no Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na quarta-feira (31/5), contadores e gestores municipais e estaduais apresentaram casos de sucesso no controle de custos na esfera pública. O Sistema de Controle de Custos (SCC) permite criar indicadores específicos em áreas como saúde, educação e terceirização de serviços, dando transparência à gestão pública e evidenciando os gastos em cada um dos setores.

“Quem não controla, não consegue saber de nada”, advertiu o secretário de Fazenda de Rio das Antas (SC), Israel Monteiro. Segundo ele, o município de 6,8 mil habitantes, de Santa Catarina, implementou um sistema de controle de custos integrando áreas como Contabilidade, Patrimônio e Recursos Humanos, que proporcionou maior eficiência na gestão dos gastos públicos.

Como exemplo, Monteiro citou o estudo de viabilidade para a compra de pedras para transformar em brita para cobrir as estradas do município. “Como há muita demanda por esse material, a gestão levantou a possibilidade de comprarmos o equipamento para produzir a brita, mas o estudo mostrou que o custo de produção é maior que o custo de compra, o que não viabilizaria o investimento”, apontou. Ele explica que o objetivo do SCC foi fornecer informações para o controle de operações e atividades, além de contribuir para os processos de tomada de decisão. Afinal, completa o secretário, “o cliente do município é a população”.

Em municípios de grande porte, como Rio de Janeiro e São Paulo, o controle de custos também é possível. De acordo com o contador da Controladoria-Geral do Município do Rio de Janeiro, Raimundo Contreiras, as dificuldades encontradas tanto em localidades grandes quanto nas pequenas são muito semelhantes. Entre elas, estão a cultura do município de controlar o orçamento e não o custo dos produtos e serviços, a falta de conhecimento dos gestores sobre a ferramenta de custos e os problemas no desenvolvimento e integração dos sistemas tecnológicos para o fornecimento de dados precisos.

“Por meio do eficaz controle de custos conseguimos chegar a indicadores para a área de educação como custo por unidade escolar, custo por aluno e por segmento de atuação”, relatou o contador. Ele observa que mesmo tendo uma “malha” extensa nos serviços educacionais municipais, com cerca de 1,6 mil unidades escolares, ainda assim é possível capturar as informações dos sistemas transacionais e gerar um banco de dados para o controle de custos.

O encontro, que fez parte da 13ª reunião do grupo Assessor das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público GA/NBC TSP, traçou um panorama das experiências estaduais e municipais e que agregam grande qualidade na geração das informações contábeis das entidades públicas. O objetivo foi colher mais subsídios para a proposta de uma nova norma contábil sobre o tema, que está sendo discutida no âmbito do Grupo Assessor.

Também participaram do evento a chefe da Divisão de Custos e Controles Especiais da Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul, Liége Campos; o contador-geral do Estado de São Paulo, Gilberto Matos; o auditor federal de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Giuliano Cardoso, além dos componentes do GA.

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