Contabilidade brasileira em destaque: CFC recebe visitas de delegações internacionais

Por Juliana Oliveira
RP1 Comunicação

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) recebe, nesta segunda (19) e terça (20), uma delegação da Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique (Ocam). O grupo composto por nove integrantes pretende conhecer de perto o funcionamento do Conselho e definir linhas de cooperação entre as duas entidades. Na semana passada, dias 14 e 15 de outubro, o CFC recebeu outra delegação internacional – integrantes do Instituto Nacional de Contadores Públicos (Incp) da Colômbia. Em julho, integrantes da Ordem dos Oficiais de Contas de Portugal (Otoc) também estiveram no CFC para troca de experiências.
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O vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, Luiz Fernando Nóbrega, apresentou a estrutura do Conselho para a delegação e reforçou que as duas entidades têm muito a aprender uma com a outra. “A determinação e toda a luta de vocês para a regularização da profissão já é um grande aprendizado e tenho certeza que construiremos boas parcerias”, pontuou Nóbrega.

A Ocam é uma entidade nova, com apenas dois anos de funcionamento. Porém, segundo os membros da delegação, houve dez anos de discussão em torno da criação da Ordem, período em que existiu a Comissão Instaladora. “Estamos em fase muito inicial da nossa instituição e queremos cortar caminhos, aprender com as experiências do CFC, que já tem quase setenta anos de bons serviços prestados, para fortalecer nossa estrutura”, conta o vice-presidente do Colégio de Auditores da Ocam e chefe da delegação, Venancio Chirrime.

As possibilidades de cooperação são muitas, de acordo com Chirrime. Moçambique tem 3.400 contadores e cerca de 150 auditores, todos congregados à Ocam. A entidade não é emissora de normas, funcionando como órgão consultivo do governo, que é o emissor das normas contábeis. No Brasil, o CFC é o órgão normatizador da contabilidade. “Queremos qualificar nossos serviços para conseguir reivindicar mais funções. Esta visita ao Conselho é, para nós, estratégica para conhecermos como a entidade está organizada, como funcionam as normas internas, para descobrirmos o que pode ser incorporado à nossa realidade”, explica o vice-presidente.

Instituto Nacional de Contadores Públicos – INCP

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Juan Miguel Vásquez, diretor executivo do INCP; Martha Lucía Poveda, subdiretora de Relações Interinstitucionais e Estratégia Ciorpiorativa; e Zulmir Ivânio Breda, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC

Com o mesmo objetivo da Ocam, uma delegação do Instituto Nacional de Contadores Públicos (Incp) da Colômbia visitou o CFC, nos dias 14 e 15 de outubro. Na Colômbia, existem 180 mil profissionais da contabilidade, que são chamados contadores públicos, e cerca de 10 agremiações de contadores. O Incp é a mais representativa delas, com cerca de 18 mil profissionais associados. “Não há uma cultura de agremiações na Colômbia, mas estamos trabalhando para atrair mais pessoas para nossa entidade e, para isso, gostaríamos de entender como o CFC atua aqui no Brasil”, contou o diretor executivo da Incp, Juan Miguel Vásquez.

A estrutura profissional na Colômbia é muito distinta da brasileira. Lá o registro profissional é emitido pelo governo, que também tem a prerrogativa da emissão das normas e da fiscalização profissional. O Incp funciona como um órgão consultivo do governo e é o responsável por levar as normas  de contabilidade emitidas pelas entidades internacionais ao País.

As diferenças observadas entre as instituições e as formas de organização profissional foram comentadas pelo vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC, Zulmir Breda, que recebeu o grupo em Brasília. “O fato de termos modelos institucionais distintos facilita a troca de experiências; se fossem parecidos, a possibilidade de intercâmbio de experiências seria menor”.

Para o CFC, é importante que entidades congêneres procurem o Conselho para troca de experiências. “É saudável que entidades comuns busquem se aproximar para trocar experiências e fortalecer a contabilidade de seus países. Isso mostra como o CFC vem se destacando na regulação da profissão e sendo, por isso, reconhecido internacionalmente”, conta o vice-presidente Zulmir Breda.

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