Conexão Contábil Nacional: diálogo sobre a preparação dos estudantes de Ciências Contábeis para o mercado aborda a IA e outras realidades da profissão

Por Gabriella Avila
Comunicação CFC

Na esteira do processo de implementação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de Contabilidade no Brasil, do qual o Sistema CFC/CRCs participa ativamente desde a etapa de criação das diretrizes, o 3º Conexão Contábil Nacional celebrou, em seu segundo dia de atividades, um painel esclarecedor sobre o tema.

Moderado pelo vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CFC, José Donizete Valentina, o painel “Formando Profissionais para os Desafios do Futuro” abordou como a educação pode transformar a Contabilidade e preparar os profissionais que chegam ao mercado atualmente e encontram uma grande variedade de ferramentas tecnológicas que impactam nas dinâmicas da profissão.

O painel teve como convidadas a vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCCE, Welynádia Rodrigues Pereira, e a presidente da Academia Tocantinense de Ciências Contábeis Lidiane dos Santos Silva, que participou virtualmente do encontro. E foi guiado por perguntas selecionadas previamente, que dialogam com as principais dúvidas sobre o tema das DCNs,

Ao introduzir a pauta, José Donizete contextualizou o momento atual, de tecnologia avançada, transformações aceleradas e outros fatores que mudam os modelos de negócio, e exigem da Contabilidade a capacidade de se reinventar. Nesse contexto, a primeira pergunta foi: como garantir que os estudantes de Ciências Contábeis não só participem dessas transformações, mas sejam capacidade de atuar como líderes nelas?

A resposta indicada pelas painelistas direcionou para o investimento das Instituições de Ensino em uma educação que estimula o pensamento crítico, a adaptabilidade, domínio das ferramentas digitais, e ética e compromisso social.

Sobre o ponto central do painel, que trata dos desafios, Welynádia trouxe uma visão do cotidiano das empresas, que se preocupa que os profissionais estejam preparados para trabalhar o viés de ética para lidarem com dados sensíveis. “É fundamental trabalhar, na formação dos profissionais, o uso da tecnologia da informação com liberdade e responsabilidade”, afirmou.

A Inteligência Artificial também foi um tema abordado no painel, com o questionamento mais observado sobre ela: a IA vai substituir o contador ou transformar o seu papel? Sobre isso, Lidiane foi categórica: “a IA não rouba os empregos, e sim as funções. Essa tecnologia não veio para eliminar o contador, e sim eliminar tarefas repetitivas e abrir espaço para que o profissional aja de forma estratégia, analítica e construtiva. Os que ficam presos às rotinas operacionais das empresas, esses sim serão substituídos”. Ao que o VP José Donizete complementou: “O que garante o nosso futuro é o nosso valor. Só sobreviverá aquele que tem valor e é indispensável”.

Para concluir o painel, a VP Welynadia, que também atua como educadora, fez uma reflexão pertinente: “O maior desafio dentro das salas de aula torna-se também um compromisso. Com as práticas extensionistas, as matrizes curriculares, os eixos de ensino, as certificações intermediárias, pois todo viés teórico é relevante quando temos a validação desse viés do mercado e da prática. Esse é um compromisso que nós educadores temos que honrar todos os dias”, declarou.

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