Por Sheylla Alves
Comunicação CFC
O projeto CFC Inclusivo, lançado em dezembro de 2022, trata da diversidade, equidade e inclusão, com o propósito de integrar os profissionais da contabilidade nas mais distintas esferas, além de promover um melhor atendimento à sociedade. O compromisso com o projeto é uma forma de promover a integração proposta pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), em que a inclusão, em todas as suas vertentes, esteja presente.
Para o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Aécio Dantas, "a linha geral deste projeto, que vem de uma discussão de trabalho muito criteriosa, é uma temática que envolve muitas opiniões. Mas quem já viu o projeto entendeu a dimensão dele. O propósito é realmente amplo: vamos falar de inúmeras pautas pertinentes à inclusão, com o foco na nossa profissão", contou. Entre as pautas que serão tratadas, está a promoção de estudos que possam mensurar a questão da inclusão na Contabilidade, já que essa é uma demanda ainda em carência na América Latina.
O selo do CFC Inclusivo foi idealizado e apresentado para destacar o compromisso da integração entre as mais diversas bandeiras da inclusão, com respeito a todos os talentos contábeis. Uma oportunidade para agregar e diversificar as oportunidades profissionais na contabilidade.
Estatísticas no Brasil, a necessidade da inclusão:
Segundo dados preliminares do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), sete em cada dez pessoas com deficiência estão fora do mercado de trabalho; o salário médio dessa população é menor, em até mil reais, em comparação com os demais. Além disso, o Censo está mapeando, pela primeira vez, a questão do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Estima-se que, no Brasil, existam duas milhões de pessoas com TEA. As demandas de inclusão, portanto, devem aumentar cada dia mais, para que o acolhimento adequado a esse público cresça. O CFC Inclusivo visa preparar a Contabilidade para lidar com todas as pessoas e as suas individualidades, tanto para atender às demandas sociais de forma correta quanto para acolher os profissionais que se enquadrem nesses desafios.
Outros dados divulgados preliminarmente pelo IBGE dizem respeito à equidade de gênero no mercado de trabalho. O levantamento tem mostrado que mulheres ganham 20,5% menos que homens no Brasil. Dados colhidos pelo Center For Talent Innovation, pela plataforma Catho, apontam que 33% das empresas no Brasil não contratariam pessoas LGBTQIAPN+ para cargos de chefia ou liderança. O percentual indica um preconceito latente, que desafia a inclusão em nosso país.
Já as informações disponibilizadas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que 52,1% das contratações profissionais que aconteceram em 2022, entre janeiro e abril, foram feitas com pessoas entre 18 e 24 anos. E outras considerações informam que foram contratados mais profissionais com idades entre 25 e 29 anos, enquanto os idosos com mais de 65 anos foram os mais demitidos durante o ano de 2022.
Outros dados expostos pelo Instituto Ethos dizem respeito à pluralidade racial em cargos de liderança. Embora 55,9% da população brasileira seja composta por cidadãos negros, apenas 4,7% desse grupo ocupa cargos de liderança. Os dados não mentem. Promover a diversidade, a equidade, a inclusão, o respeito e a pluralidade é um dever social, e o CFC está comprometido na promoção dessas metas.
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