Por Thiago Benevides
Comunicação CRCSP
As discussões em curso no mundo em relação às International Financial Reporting Standards (IFRS) e como as revisões nos padrões internacionais de contabilidade devem impactar a Contabilidade brasileira foram temas, no dia 9, do painel “IFRS: o que Esperar nos Próximos Anos”. O coordenador Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), Rogério Mota, e o membro do Comitê, Fernando Caio Galdi, apresentaram um panorama sobre os assuntos em discussão no CPC, com destaque para a norma IFRS 18 - Apresentação e Divulgação das Demonstrações Contábeis e para a Orientação Técnica OCPC – Créditos de Descarbonização.
Rogério Mota iniciou sua apresentação explicando as atribuições do CPC, entre elas o estudo de assuntos contábeis e a emissão de documentos técnicos, orientações e interpretações sobre as normas contábeis. A seguir ele fez um resumo sobre as mudanças que devem ocorrer nos próximos anos, entre elas a divulgação dos riscos climáticos aos quais as empresas estão expostas, o método de equivalência patrimonial e os instrumentos financeiros com características de patrimônio líquido.
Após o panorama geral apresentado pelo coordenador Técnico do CPC, Fernando Galdi apresentou as duas principais mudanças que os contadores devem estar atentos, o IFRS 18 e o OCPC 10.
“A IFRS 18 é uma norma recente, mas muito relevante, dado o impacto que terá nas demonstrações contábeis primárias, especialmente a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Por sua vez, a OCPC 10 está em fase de finalização e possui um destaque importante por tratar sobre os créditos de carbono e o Brasil é um país com um potencial enorme de captação de créditos, além de formar um mercado que equilibra as emissões de carbono e a temperatura do planeta”, resumiu Galdi.
Sobre as razões para que essas revisões nos procedimentos contábeis ocorram, Rogério Mota ressaltou que não é possível que a legislação brasileira acompanhe as boas práticas internacionais sem essas adequações periódicas: “a legislação exige que a Contabilidade brasileira esteja adequada aos padrões internacionais, mas ao mesmo tempo define os parâmetros dessa adequação. Quando os procedimentos contábeis internacionais mudam, a legislação não acompanha e começam a surgir lacunas e pontos que necessitam ser corrigidos”.
“Estas mudanças surgem para atender demandas dos usuários das informações contábeis e do mercado e após muito estudo e discussão. Não existe modelo perfeito, mas as mudanças apresentadas no painel são frutos de um esforço conjunto e o resultado obtido é o melhor que se pode obter em normas contábeis”, avaliou o vice-coordenador Técnico do CPC, Bruno Meirelles Salotti, mediador do painel.
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