Por Leandro Nunes
Comunicação CRCBA
O auditório Blumenau do Centro de Eventos de Balneário Camboriú foi palco do painel “A Contabilidade aplicada às Entidades Desportivas (SAFs)” na tarde desta terça-feira (10). A atividade foi mediada pelo conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e coordenador do Grupo de Estudos de Entidades Desportivas, Glaydson Trajano Farias. O painel foi apresentado pelo diretor financeiro da SAF Botafogo, Anderson Santos; pela presidente da Comissão Técnica de Normas Brasileiras Aplicadas às Entidades Desportivas do Conselho Regional de Contabilidade do Ceará (CRCCE), Anna Beatriz Grangeiro; pelo auditor independente Carlos Aragaki; e pelo Membro Vitalício da Academia Nacional de Direito Desportivo, Tullo Cavallazzi Filho.
Em sua explanação, Tullo Cavallazzi destacou o papel fundamental do profissional da contabilidade na gestão das entidades desportivas. “Se tem uma estrela na atual Lei das SAFs, são os contadores. A questão contábil e de auditoria ficou tão importante para a gestão das SAFs, que os clubes que não fizeram grandes investimentos nessa área técnica não conseguiram avançar”. Apontou também que a aplicação da contabilidade na gestão das entidades desportivas, especialmente após a Lei das SAFs (Lei nº 14.193, de 2021), trouxe novas dinâmicas e aprimoramentos contábeis para a profissionalização da gestão dos clubes de futebol.
Anna Beatriz Grangeiro falou sobre os desafios que os clubes de futebol enfrentam para a adequação aos padrões e normas contábeis, que incluem práticas de governança corporativa, e deixou uma reflexão aos participantes. “Se há tantas iniciativas em prol das boas práticas de governança, por que as pesquisas científicas revelam tão baixo nível de transparência e integridade das entidades esportivas no Brasil?”. A painelista apontou que a Lei das SAFs fez com que os clubes aderissem mais à profissionalização da área contábil, que é imprescindível à gestão exitosa dessas entidades.
Carlos Aragaki abordou as principais alterações oriundas da Interpretação Técnica Geral – ITG 2003 (R2), especialmente ao eliminar o reconhecimento de ativo intangível de formação de atletas. Destacou a importância do aprimoramento das práticas e normas contábeis aplicadas às entidades desportivas. “Com a ITG 2003 (R2), as análises financeiras dos clubes passaram a estar alinhadas com as IFRS, o que facilita a integração das SAFs em todo o mundo”, disse.
Anderson Santos explicou os modelos adotados pelas SAFs de Vasco e Botafogo e exemplificou os impactos dessa mudança na estrutura de gestão com o aumento da receita bruta deste último, de R$ 141 milhões em 2022 para R$ 540 milhões em 2023. “O profissional contábil é fundamental nesse processo, acredito que o principal ponto nessa transformação dos clubes associativos em SAFs. Estou bastante orgulhoso do papel que o CFC tem desenvolvido, desde a implantação e revisão da ITG 2003, que foi essencial para essa transformação”.
Glaydson Trajano, que coordena o grupo de estudo de entidades desportivas do Conselho Federal de Contabilidade desde 2019, falou sobre os avanços na normatização da Contabilidade aplicada às SAFs. “Como consequência desse trabalho, vamos capacitar todos os profissionais de fiscalização dos Conselhos Regionais, para que possamos fiscalizar as entidades desportivas e fomentar a necessidade por profissionais contábeis capacitados”.
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O CBC
O maior evento contábil da América Latina acontece a cada 4 anos e tem a finalidade de capacitar a classe contábil, promover o debate de temas atuais e estratégicos para a Contabilidade e proporcionar um ambiente de troca de experiências.
O 21° CBC contará com 48 painéis, 9 palestras, 22 fóruns e a apresentação de 136 trabalhos, entre produções técnicas e científicas. A programação ainda inclui Exposição Literária, Feira de Negócios e agenda cultural.
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