Por Gabriel Jordy
Comunicação CRCPA
Até o ano de 2025, o Pará será capital dos debates sobre sustentabilidade e mudanças climáticas. Isso tudo se deu após a cidade ser anunciada como sede da próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que será realizada entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Estratégias de redução de gases do efeito estufa a partir de indústrias e as políticas de redução de emissões a partir da Amazônia estarão na pauta principal do evento pela primeira vez, assim como o papel do Sul Global nas discussões climáticas. Por conta disso, o tema virou fórum de debate no 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade (CBC) e chamou a atenção não só dos participantes da região Norte.
Para o Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Pará (CRCPA), Ailton Ramos, a COP-30 vai deixar Belém, capital do Estado do Pará, no centro mundial das discussões sobre mudanças climáticas e, principalmente, sobre um novo modelo de negócios, bem mais sustentáveis e ecologicamente corretos. “O Pará, assim como toda a classe contábil paraense, está pronta para ser protagonista nessa COP-30. Mais que sediar um evento mundial, é importante analisar o legado que isso vai deixar para o Pará, para Belém e para a classe contábil. Um mundo de oportunidades de negócios e investimentos serão atraídos e estamos prontos para receber essa demanda que não necessariamente acaba junto com a COP”, destacou.
Já o contador e secretário adjunto de Cultura do Estado do Pará, Bruno Chagas, os debates que são feitos nesse pré-COP 30 é importante também para divulgar o estado Brasil afora, como está sendo feito neste CBC. “Afinal, dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo afluirão à cidade que certamente os acolherá em bons padrões de acomodação e mobilidade para o acompanhamento da COP 30. Portanto, quanto maior o engajamento em torno desse projeto, maiores as chances de um reconhecimento do Brasil, na esfera global, nas lutas pelo enfrentamento da crise climática”, acrescentam Bruno.
Foi o mesmo que defendeu a contadora e secretária adjunta de Planejamento do Estado do Pará, Nazaré Nascimento, que enxerga esse evento como oportunidade, principalmente para a contabilidade pública, de se fazer uma transição verde nas políticas públicas. “O investimento vem não só para os negócios que podem ser gerados na Amazônia, mas em infraestrutura e grandes obras que serão realizadas já com esse selo sustentável que tanto se deseja”, explicou.
Um segundo momento de debates sobre a COP 30 na Amazônia foi realizado abordando a relação público-privado na formulação de políticas públicas que possibilitam o desenvolvimento socioeconômico, sem fazer a rivalização entre os três pilares de desenvolvimento, o ambiental, o social e governança. “O contador trabalha como uma espécie de tradutor entre modelo de negócios e resultado aferidos pelas empresas. Então, na medida que o contador desenvolve um repertório e amplia a sua capacidade de compreensão de como as políticas sustentáveis geram valor para os negócios privados, nasce um modelo de negócio que ajuda a facilitar uma transição de uma economia de altas emissões climáticas para uma de baixa emissão” pontuou o contador e professor doutor Eduardo Flores.
Já para o diretor do Programa Substituto do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Guilherme Carvalho, a entrada no mercado de carbono e a mudança do eixo de energia limpa é um campo que se abre para a classe contábil. “Contador é especialista em fazer de um limão uma limonada. Está se abrindo um campo de oportunidade para esses profissionais, já que a legislação sobre essa temática é nova e ainda existem poucos especialistas sobre o assunto. O mercado está se abrindo agora e é hora dos contadores tomarem a rédea da situação”, alertou.
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O CBC
O maior evento contábil da América Latina acontece a cada quatro anos e tem a finalidade de capacitar a classe contábil, promover o debate de temas atuais e estratégicos para a Contabilidade e proporcionar um ambiente de troca de experiências.
O 21° CBC contará com 48 painéis, 9 palestras, 22 fóruns e a apresentação de 136 trabalhos, entre produções técnicas e científicas. A programação inclui ainda uma Exposição Literária, Feira de Negócios e agenda cultural.
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