Por Lorena Molter
Comunicação CFC
“Auditoria Financeira e Prestação de Contas: Transparência como Pilar da Confiança Pública” foi o tema de um dos painéis de encerramento do primeiro dia da Conferência Nacional de Contabilidade Pública (CNCP). O evento reúne mais de mil participantes, em Aracaju/SE, e vai até o dia 19 de novembro.
O assunto foi apresentado pelo professor na Universidade de São Paulo (FEARP/USP) e membro do Comitê Permanente de Contabilidade Aplicada ao Setor Público do CFC (CPASP), Ricardo Rocha Azevedo; e pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) e vice-presidente de Auditoria do Instituto Rui Barbosa, Inaldo da Paixão.
O painel foi moderado pelo auditor de Controle Externo I, do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE-SE), Vanderson da Silva Mélo, que destacou a importância de se discutir um tema tão atual.
Ricardo Azevedo expôs o tema a partir da perspectiva da informação contábil. Para isso, abordou quatro questões centrais: quais as principais impropriedades nas informações contábeis?; por que é importante que as informações divulgadas pela Contabilidade representem a transação econômica?; quais os usos da informação contábil no setor público e como pode impactar a sociedade?; e existem diferenças na qualidade contábil entre as contas?.
No campo das impropriedades nas informações contábeis, o acadêmico lembrou que essas inconsistências podem ser intencionais (fraudes) ou não intencionais (erros e omissões). Azevedo apresentou exemplos e disse que esses problemas podem ocorrer na entrada ou na saída de dados. O painelista também convocou o público a refletir para que serve um balanço contábil.
O acadêmico também ressaltou que os profissionais devem ter em mente como as informações divulgadas serão usadas e os impactos que podem gerar. Ricardo Azevedo informou que “o Brasil é um dos principais países em automação e transformação digital”. O professor disse que o “caminho está bem pavimentado” e que agora precisamos melhorar a qualidade das informações prestadas.
O professor alertou que o conteúdo apresentado é utilizado e gera impacto e isso precisa ser considerado. Ricardo Azevedo pontuou que esses dados são utilizados por diferentes entes, como o Tribunal de Contas, os sindicatos, o sistema financeiro, os ministérios, entre outros.
Para finalizar, abordou “medos e pontos de atenção” e “esperanças” do uso futuro da Inteligência Artificial (IA) nas auditorias financeiras no setor público. A análise foi realizada a partir de estudos e de trabalhos acadêmicos.
Em continuidade, Inaldo da Paixão afirmou que todo o esforço na apresentação das informações será válido apenas se o conteúdo atender ao interesse do usuário. Em seguida, destacou que o principal usuário não são os órgãos de controle, mas o cidadão.
Paixão alertou o público que, se a sociedade tem o direito de pedir a apresentação das contas, há o dever de que essas informações sejam fornecidas de modo célere, prestativo e compreensivo.
O painelista revela cenários e situações quando se torna mais simples e transparente, caminho que, segundo, Paixão, deve ser seguido. “Sem transparência não tem razão de ser Contabilidade, não tem razão de ser auditoria”, concluiu.
A CNCP
Em sua 1ª edição, a Conferência Nacional de Contabilidade Pública (CNCP) inaugura um novo espaço para o debate sobre a gestão pública no Brasil. Idealizada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em parceria com a Academia Sergipana de Ciências Contábeis, a conferência acontece nos dias 18 e 19 de novembro de 2025, no Salles Multieventos, em Aracaju/SE. O evento reúne gestores públicos e profissionais das áreas de Finanças, Administração, Planejamento, Contabilidade e Controle. Com o mote “Governança e transparência para uma gestão pública inovadora e sustentável”, o encontro propõe reflexões sobre os rumos da contabilidade pública e seus impactos na administração contemporânea.
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