Por Lorena Molter
Comunicação CFC
Uma comitiva do Brasil participou da abertura do seminário “Sustentabilidade e Ética: Desenhando o Futuro da Governança Global”, na manhã de segunda-feira (10). O evento é uma iniciativa da União dos Contabilistas e Auditores de Língua Portuguesa (Ucalp) e acontece em Lisboa, Portugal.
A cerimônia de abertura contou com as presenças do presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Aécio Dantas; do presidente da International Federation of Accountants (Ifac), Jean Bouquot; da presidente da Ucalp e bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco; e da vice-presidente do Comité de Integración Latino Europa-América (Cilea) e presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon), Maria Clara Bugarim.
A anfitriã do evento, Paula Franco, ressaltou a relevância estratégica do tema do evento e pontuou a essencialidade de integração entre os países. “É um tema que discutimos em todo o mundo, que hoje em dia tem, obviamente, cada vez mais preocupações e também um ponto central na profissão dos contabilistas e dos auditores e, por isso, também hoje, aqui na nossa conferência, será o tema debatido. Um tema que nos traz preocupação sabendo que a Contabilidade e a auditoria podem ser determinantes no futuro de muitas dessas matérias. E, por isso, saber como cada um dos países está vivendo esses problemas é um dos temas centrais da nossa conferência”, explicou.
Franco ainda destacou o papel basilar da ética e a responsabilidade daqueles que possuem poder de decisão no fortalecimento da sustentabilidade. “Não há dúvida de que, quando falamos de sustentabilidade, se não falarmos de ética, é algo que nunca chegará a ver a luz ou, pelo menos, não chegará a bom porto. Por isso, a importância de ligar essas duas realidades. É algo que temos que olhar cada vez mais. A governança e tudo aquilo que diz respeito às decisões, a quem tem o poder de decisão, é fundamental para determinar este caminho da sustentabilidade que todos os países têm que fazer. Não só os países de língua portuguesa, mas todos, em todo mundo, têm que refletir sobre essa matéria. Mas, acima de tudo, é nas decisões que se está o início de tudo, de todo o processo”, apontou.
Dando continuidade à solenidade, o presidente do CFC, Aécio Dantas, destacou a importância de integrar as visões de profissionais da contabilidade de diversas partes do mundo nas discussões sobre assuntos que envolvem a área. “A união dos profissionais de diferentes realidades e culturas enriquece as reflexões e possibilita soluções que podem ser aplicadas em nossos países. Aliás, sempre é importante destacar que a ideia da criação da Ucalp, em 2018, lá no Congresso Mundial de Contadores, em Sidney, surgiu justamente do propósito de integração e troca de experiências entre as nações de língua portuguesa”, lembrou.
O presidente do CFC ainda compartilhou com o público a publicação das normas contábeis de sustentabilidade no Brasil. “As questões ambientais, por exemplo, não respeitam fronteiras e todos precisam se comprometer. No Brasil, o CFC editou, recentemente, uma resolução estabelecendo as normas para a elaboração e asseguração dos relatórios de sustentabilidade, alinhando o Brasil às melhores práticas globais, no que tange as questões ambientais, sociais e de governança”, destacou.
Maria Clara Cavalcante Bugarim também reforçou a ideia de que a troca de conhecimentos entre os países é um caminho estratégico para a Contabilidade. “Este intercâmbio de conhecimentos entre as nações é a base para uma real compreensão dos anseios de nossa profissão no nível mundial. Devemos compartilhar conhecimentos, desenvolver soluções inovadoras e agir de maneira coordenada para que possamos enfrentar os desafios globais de forma eficaz. Entendo que a Ciência Contábil é uma só e não existe dimensão de tamanho, não existem fronteiras”, contextualizou.
Os discursos de abertura foram concluídos a partir das falas do presidente da Ifac, Jean Bouquot. O profissional ressaltou o interesse da federação em manter o diálogo com entidades contábeis de diferentes nações. “Queremos continuar a aprofundar as nossas relações e trabalhar ainda mais perto e em conjunto com vocês. Temos um tema muito vasto para cobrir hoje: sustentabilidade e ética. Não obstante esse tema ter muitos desafios, há muitas oportunidades motivadoras para todos nós”, afirmou.
Bouquot falou, ainda, que a integração internacional é fundamental para que se encontre uma linguagem única no âmbito da sustentabilidade. O contador também apontou a relevância de se levar esses conhecimentos até as academias. “Há necessidade de discussões bilaterais para conseguirmos chegar a uma interoperabilidade entre os vários padrões que existem entre as várias organizações de Contabilidade. Em última instância, estamos todos na mesma jornada de sustentabilidade, portanto, temos que embarcar nela juntos. Gostaria de frisar também a ligação entre sustentabilidade e a eficácia da nossa profissão. Temos que produzir currículos de contabilidade que demonstrem aos futuros ou aos aspirantes a contabilistas que a nossa profissão pode ajudar a aumentar a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável. Isso é muito importante para as futuras gerações. Embora saibamos o papel dos contabilistas nesse âmbito, os futuros contabilistas podem não saber o que fazemos”, concluiu.
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