Encontro dos Conselhos aborda felicidade como estratégia nos negócios

Por Poliana Nunes
Comunicação CFC

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui a população com o maior índice de transtornos de ansiedade do mundo, e este é apenas um dos dados preocupantes em nosso país, alertou a psicóloga Ana Cláudia Mendonça, especialista em Governança e Gestão de Pessoas. O tema foi apresentado na palestra “A relevância das atitudes comportamentais para as profissões regulamentadas (saúde digital, espiritualização e religiosidade)”, realizada na tarde desta quarta-feira (27), durante o Encontro dos Conselhos das Profissões Regulamentadas.

Os dados da OMS, apresentados pela instituição no último grande mapeamento global de transtornos mentais, ganham reflexo no ambiente corporativo e nas relações de trabalho. “O LinkedIn fez uma pesquisa sobre os aspectos que os candidatos buscam em uma vaga de emprego. A maioria responde, além da remuneração e benefícios, o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal. Isso começa a demonstrar o espírito do tempo que a gente vive hoje. As pessoas querem ter tempo para a sua vida pessoal também”, disse Mendonça.

De acordo com a psicóloga, os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil e o burnout está entre elas. “O burnout é uma doença ocupacional, relacionada ao trabalho. É um desequilíbrio entre as demandas que existem no trabalho e a capacidade daquela pessoa em responder ao exigido, então, a gente tem que trabalhar para termos produtividade sustentável”.

Transformar o trabalho em fonte de bem-estar psicológico é uma das necessidades para promover a sustentabilidade nas organizações. Para isso, é preciso manter a “corresponsabilidade”, apontou Ana Claudia Mendonça. A organização precisa ter políticas, práticas e valores organizacionais com cultura e estratégia ESG. As pessoas, em contrapartida, são orientadas a desenvolver autoconhecimento e hábitos intencionais.

Nesta linha, a palestrante apresentou a psicologia positiva, que estuda, entre outras coisas, a felicidade como ciência. “Já temos organizações, como Chilli Beans, Heineken e até o Tribunal Regional do Trabalho do Mato Grosso, que instituíram a diretoria da felicidade. A felicidade começa a ser vista como estratégia e já temos diversos artigos científicos apontando a relação entre felicidade e negócios”, comentou Ana Claudia Mendonça.

Por fim, Mendonça afirmou que “tudo começa no cérebro”. As habilidades socioemocionais e comportamentais são aprendidas e o ser humano se torna cada vez mais consciente de seu papel na construção da sustentabilidade profissional e pessoal.

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