Por Sheylla Alves
Comunicação CFC
Na 10ª edição do Seminário de Governança Municipal para Prefeitos e Gestores Públicos, que aconteceu em Maceió/AL, nesta segunda-feira (17/7), a palestrante e coordenadora do Comitê Mulheres da Governança da RGB, Alzira Fernanda Brasil, dialogou sobre o que é governança e quais seus mecanismos. Na oportunidade, explicou conceitos e definiu como a governança se alinha às boas práticas de gestão que envolvem liderança, estratégia e controle.
Para iniciar, Alzira explicou um pouco sobre a sua metodologia, principalmente sobre o fazer diferente em prol da governança e a busca por um novo olhar, novas perspectivas para fomentar o serviço público e o profissionalismo ético, sempre na busca de questionar o motivo das circunstâncias, o seu porquê. “É necessário um olhar com leveza, para não ficarmos à deriva. E, se formos atrás do significado dessa expressão, ‘à deriva’, veremos que é tudo aquilo que está desgovernado. Ou seja, tudo que está sem governança”, considerou a palestrante. Nessa perspectiva, a palestrante apontou um conceito intuitivo do que é a governança: “Trazer para o caminho aquilo que está desgovernado”.
Em continuação ao raciocínio, Alzira citou como a pandemia causada pela covid-19 modificou a forma de pensar, já que os governantes tiveram que resolver problemas que nunca tinham existido. “Isso alertou todos nós e, também, quem faz parte da área de inovação para o fato de que o mundo estava em transformação e hoje vivemos uma realidade já transformada. Quando falo dessa realidade transformada, é sobre a sensação de estar de cabeça para baixo, de que as coisas estão diferentes, mais ágeis, e as tomadas de decisões dos nossos prefeitos, vereadores, servidores precisam ser dadas na mesma velocidade. Então, como tomar essa decisão de forma ágil, com segurança de que vai ser a melhor opção? Como fazer isso sem as ferramentas e os mecanismos necessários? E como fazer isso sem estar à deriva?”, questionou ela.
Diante dessa perspectiva, a palestrante desenvolveu um panorama sobre como as novas ferramentas tecnológicas influenciam o mercado profissional, principalmente sob a ótica das inteligências artificiais, que estão começando a interferir cada dia mais nas profissões e na gestão dos negócios do mundo todo. “Estamos falando que algumas habilidades são indispensáveis para o profissional do futuro. É preciso ter agilidade e criatividade, habilidades essas já mapeadas como necessárias pela ONU para esse profissional. Ser inovador, pensar diferente e sair da zona de conforto são premissas indispensáveis. E, no tempo que perdemos com medo das máquinas, devemos pensar em nos construir para o novo mundo. Assim, estaríamos menos ansiosos e capazes de lidar com todas as coisas que estão acontecendo em nosso cotidiano”, enfatizou Alzira.
Ao exemplificar como o mundo tem se transformado e gerado novas ações, ela lembrou os estudos do cientista Albert Einstein sobre os conceitos de espaço e tempo que, atualmente, foram reescritos e ressignificados. “Hoje estou aqui falando para diversas pessoas presencialmente e para outras tantas, do mundo todo, de forma virtual. Podemos estar em vários lugares ao mesmo tempo e conseguimos fazer as coisas de forma muito acelerada; isso não vai retroceder. A agilidade mental, principalmente na tomada de decisões, é necessária, como uma questão de sobrevivência. Não conseguimos ter agilidade e processamento mental se não tivermos uma segurança de métodos e ferramentas, como, por exemplo, a governança”, explicou.
E esse conceito, segundo a palestrante, envolve três pilares: a liderança, a estratégia e o controle, conforme já determinado por manuais, como aquele utilizado e desenvolvido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “É necessário alinhar práticas e mecanismos para que sejam atingidos os objetivos, e isso se chama governança. Liderança, que traz sempre o conceito de legado; outro mecanismo, como a estratégia, que explica como fazer para atingir um objetivo; e, por último, o controle, que muitas vezes é visto como o inimigo. Mas é necessário mudar essa ideologia, já que o controle é bom quando nos garante não sair do caminho e não perder o tempo em um mundo veloz, em que o tempo é um recurso valioso”, tratou Alzira Brasil.
Para finalizar, ela deu como recurso bônus a comunicação. Com a estratégia de governança implementada, existe a necessidade de comunicar à população o que foi e está sendo feito, o que pode fazer toda a diferença nos resultados. Então, a governança é um processo, que, segundo a palestrante, leva tempo e que precisa ser executado de forma individualizada com métodos e ações específicos para cada situação.
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A Caravana da Governança é composta de uma série de eventos e já percorreu nove estados do país. Esta edição é organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em parceria com o Conselho Regional de Contabilidade de Alagoas (CRCAL), a Rede Governança Brasil (RGB) e o Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP). O seminário contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC) e da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon). O seminário de Alagoas ainda conta com a parceria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Escola de Contas.
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