Por Juliana Oliveira
RP1 Comunicação
Negociar dívidas é a alternativa mais indicada para quem chegou ao fim do ano endividado
Termina no dia 30 de novembro o prazo para o pagamento da primeira parcela do 13.º salário. A segunda parcela chega até 20 de dezembro. Embora os gastos com festas de fim de ano sejam muitos, o mais prudente é usar o salário extra para pôr as contas em ordem.
O 13.º é um salário extra, devido ao empregado que trabalhou ao menos 15 dias nos últimos 12 meses. Deve ser pago proporcionalmente ao número de meses trabalhados, e o funcionário que trabalhou somente 15 dias recebe o equivalente a 1/12 do salário. O benefício deve ser pago em duas parcelas, a primeira entre fevereiro e novembro. Nessa metade não são descontados os impostos que incidem sobre o 13.º, que serão deduzidos apenas na segunda metade.
De acordo com a presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal (CRCDF) e representante do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Sandra Batista, utilizar o 13.º para quitar dívidas é a melhor alternativa para quem chegou ao fim do ano com as contas descontroladas. “Hoje, no Brasil, nenhum investimento oferecido pelo mercado tem rendimento maior que a taxa de juros aplicada aos créditos obtidos como o cheque especial. O melhor, caso tenha chegado ao fim do ano endividado, é negociar as dívidas. Os bancos e as empresas sempre oferecem benefícios para quem quer quitar ou antecipar o pagamento das contas”, explica.
Para aproveitar melhor o 13.º e manter a saúde financeira, Sandra sugere que a família faça um planejamento conjunto para o ano. “O melhor é que a família se reúna ao fim do ano e faça uma planilha simples, nada sofisticado ou complexo, com todas as receitas – como salários e rendimentos –, todas as despesas – como aluguel, condomínio, IPTU, IPVA, escola, curso de línguas, bem como gastos eventuais – e um acréscimo de 10% ao mês para situações inesperadas. Com isso, certamente no fim do ano, o 13.º pode virar um investimento ou as merecidas férias”, argumenta.
A receita do sucesso do planejamento familiar, segundo a presidente, é envolver toda a família. “O ideal é que a família se reúna e faça junto o planejamento. Todos apontam suas receitas e despesas, assim fica mais fácil o planejamento funcionar do que cada integrante fazer seu planejamento individual”, explica. Segundo ela, o planejamento pode apontar novas formas de receitas ou onde podem identificar gastos passíveis de ser reduzidos ou eliminados.
O pagamento do 13.º salário deve injetar cerca de R$ 158 bilhões na economia, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor corresponde a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Os dados mais recentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que, em outubro, 63,5% das famílias brasileiras estavam endividadas.
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