Por Sheylla Alves
Comunicação CFC
Nesta quarta-feira (28/6), as atividades da 13ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente do Ibracon continuaram e, logo no segundo painel do dia, os inscritos puderam acompanhar um debate abrangente, com o tema: “O profissional do futuro da auditoria independente pode ser você?”.
Antes de iniciar a exposição temática, o líder do Comitê de Diversidade e Inclusão, Leandro Camilo, realizou a apresentação do lançamento oficial da nova cartilha de diversidade e inclusão do Ibracon. Na ocasião, ele citou que a cartilha é um ponto de partida, principalmente para quem quer começar um processo de diversidade e inclusão em seu ambiente organizacional. “Logo no início da cartilha, nós temos a motivação do Ibracon em realizar este material, que é o certo a ser feito, e o endereçamento de problemas complexos. Mas nós entendemos que cada empresa, diante do seu momento, precisa encontrar o motivo da sua própria instituição. E no documento nós levantamos outras questões, como a importância de a diversidade ser um tema da liderança e da gestão”, explicou Camilo.
Ele comentou que as lideranças devem entender que a diversidade é algo estratégico. “É necessário que se entenda que é um tema de suma importância e que precisa estar nos objetivos do negócio. A diversidade vem para somar e nos permitir conhecer o assunto com maior profundidade para chegar a conclusões que certamente vão nos levar a decisões mais efetivas nas organizações”, apontou Leandro Camilo.
Para acessar a cartilha, clique aqui.
Também participaram do debate a embaixadora da juventude da ONU e cofundadora do Instituto Perifa Sustentável, Mahryan Sampaio; o membro do Grupo de Trabalho de firmas de auditoria de pequeno e médio portes do Ibracon, Felipe Pinton; a integrante do Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon, Angela Castro; o líder do Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon, Leandro Camilo; e a embaixadora do Ibracon Jovem, Maria Julia Esteves.
Na oportunidade, Mahryan Sampaio iniciou a palestra do painel falando sobre quem ela é e sendo inclusiva, ao se descrever fisicamente para o público que acompanhava por meio da acessibilidade. Ela também falou um pouco sobre o seu currículo e a sua atuação profissional, principalmente como embaixadora da juventude das Nações Unidas. “Para começar a explorar o tema da nossa conversa e já responder à pergunta sobre como o profissional do futuro se parece, acho que podemos dizer que ele pode ter qualquer rosto, tamanho ou cor, mas deve ter alguns valores em mente e uma forma de agir que é muito peculiar para o que vemos como tendências do futuro”, iniciou Mahryan.
Na sequência, ela apontou que este profissional do futuro é um líder. “Quando falo de liderança, não é necessariamente de gestão ou chefia que estou falando, mas sim sobre a mentalidade, o sentimento de dono. Falo sobre autoconhecimento, a forma como se trata as outras pessoas e como se busca desenvolver os colaboradores e colegas de trabalho. Falo também de se tornar uma referência em nossa própria área de atuação. Então, esse profissional vai ser líder, sem importar se ele é um assistente ou um CEO, por ter essa mentalidade de ações fortes com foco em melhores resultados”, explicou Mahryan.
A embaixadora destacou inicialmente quatro formas possíveis de liderar: a primeira, de forma tradicional (para baixo), que valoriza e reconhece os esforços dos colaboradores; a segunda, a forma invertida (para cima), em que se auxilia e influencia as decisões dos seus superiores; a terceira, denominada “paralelo” (entre pares), em que a influência do comportamento dos colegas ou colaboradores é levada em consideração; e a quarta, que é a forma introspectiva (para dentro), em que se destaca o autoconhecimento, o desenvolvimento pessoal e a autoliderança, e assume as responsabilidades para si. Mahryan afirmou que, quando se fala em diversidade e inclusão, o profissional do futuro é aquele líder que precisa ser ainda mais sensível, apesar da dificuldade em se realizar essa associação de líder com sensibilidade. Isso porque existe a imagem de que um bom profissional é aquele que é rígido e que dá ordens. Então, de acordo com essa visão tradicional do mercado, um profissional que demonstra sensibilidade é fraco.
“Mas não é bem assim que funciona”, detalhou Mahryan. “Nós vivemos um dos momentos mais intensos da história, com a pandemia. E o líder que não teve empatia para entender seus colaboradores foi um líder que contou com muitas demissões em massa, pedidos de demissões mesmo, ou de colaboradores que continuam trabalhando, mas que estavam extremamente infelizes; a produtividade estava caindo, pois foi necessário ter uma empatia surreal nesse período para manter o que se tinha. Foi necessário adaptar tudo, na vida pessoal e no trabalho. Por isso, é necessário ter empatia, não apenas em momentos extremos, mas sim no dia a dia, para que a convivência fique boa para todos”, explicou.
Para complementar essa argumentação, a painelista detalhou que o profissional do futuro deve ter alguns pilares a seguir; o primeiro é a humanização, seguido pela empatia, diversidade, inovação e diplomacia. Assim, faz-se fundamental falar sobre diversidade e inclusão. “É necessário partir do pressuposto de que existe desigualdade e que ela não é fruto de achismos ou argumentação; ela é, sim, fruto de dados. Por isso, os marcadores sociais da diferença são tão importantes; por meio dele, é possível identificar os lugares de fala – e alguns deles são raça, deficiência, gênero, classe social, orientação sexual e idade, por exemplo”, pontuou a embaixadora.
Por fim, os demais palestrantes realizaram uma mesa de conversa. O painel foi acompanhado por todos que compareceram ao evento presencial em São Paulo e pelos inscritos on-line, com transmissão via link específico.
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