Por Ingrid Castilho
Comunicação CFC
A transformação vem mudando a forma como a humanidade se comporta e especialmente como Governos encontram soluções na tecnologia para tornar serviços mais acessíveis para seus cidadãos, uma abordagem conhecida como GovTech. Esse foi o tema de um dos painéis da 11ª edição da Conferência Regional de Transparência e Responsabilidade pelo Crescimento Econômico Regional (CReCER). O evento começou nesta terça-feira (9) e acontece até 11 de maio, em São Paulo.
O diretor global de Prática Global de Governança do Banco Mundial, Artur Herrera, moderador do painel abriu o debate ressaltando o quanto as tecnologias tem sido utilizadas para modernizar o setor público de diversas nações. Um dos primeiros itens a serem apresentados foi a ferramenta Gov Tech Maturity Index (GTMI), indicador que mede a maturidade do GovTech em diversos países, fornecendo uma linha de base e benchmark entre nações e regiões, e que ao mesmo tempo destaca ações de sucesso e lacunas tecnológicas.
O especialista sênior do Setor Público do Banco Mundial, Charles Victor Blanco, destacou que “o GTMI não tem a intenção de criar uma classificação ou avalição da preparação e do desempenho dos países em Gov Tech, mas que o índice ajuda a identificar brechas que representam oportunidades de melhora”. Ele revelou que os países são agrupados em quatro grupos (A,B,C,D). Dos 198 países estudados, 69 pertencem ao grupo A, sendo um deles o Brasil.
O Uruguai também faz parte do grupo A do GTMI e possui um case de sucesso sobre como a tecnologia foi utilizada para ampliar a vacinação em meio à pandemia de Covid-19. O diretor executivo da Agência do Governo Eletrônico e Sociedade da Informação e do Conhecimento Comunicação (AGESIC) do Uruguai, Hebert Paguas, detalhou que a agenda eletrônica é uma das prioridades do Governo e que foi aprimorada durante a pandemia. Ele afirmou que todo os uruguaios, por exemplo, possuem histórico de saúde de forma digitais e acessíveis, e que isso permitiu a identificação dos públicos e facilidade na marcação de agendamentos para imunização contra Covid-19, que puderam ser feitas por plataformas do Governo e até mesmo pelo WhatsApp. “No centro da pandemia, o Uruguai ofertou milhões de doses da vacina por meio da tecnologia, mostrando à população os locais de vacinação mais próximos de suas casas e com menor tempo para chegada”.
Também estiveram participaram do painel, o diretor geral do Escritório Governamental de Tecnologias da Informação e Comunicação (OGTIC) da República Dominicana e a controladora-geral da República da Costa Rica, Marta Acosta que também apresentarem cases de como as tecnologias ajudaram a ampliar e otimizar serviços à população em seus países.
O chefe da divisão de Gestão Financeira de Operações e Serviços de Compras do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Javier Dávila, ele destacou que novas tecnologias e big data também podem facilitar os trabalhos das entidades fiscalizadoras dos países. O próprio BID possui um projeto que auxilia Governos nessa missão de tornar o uso das tecnologias algo seguro para os usuários.
Herrera finalizou o painel resumindo que a transformação Digital, na maioria dos países “se deu no contexto [da pandemia] de Covid-19, algo que não se pode esquecer e que acelerou os processos. Em segundo, que necessita principalmente de uma transformação cultural e da formação das capacidades dos usuários e em terceiro, os Governos tem a obrigação de adaptar seus processos para aumentar a capacidade de alcance de seus serviços à população”.
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