Por Luiz Fernando Nóbrega(*)
Com o avizinhar de uma crise avassaladora as preocupações mais prementes na vida das pessoas é a sobrevivência. Isso é instinto, é nato, é o nosso mecanismo de defesa em ação para conter, combater, enfim sobreviver.
No meio empresarial esse sentimento não é diferente, pela conjuntura econômica atual em que estamos inseridos observamos empresas agindo das mais variadas formas e estratégias: demitindo, cortando custos, diminuindo seus investimentos entre outras medidas que visam aumentar seus faturamentos, manter suas estruturas e seus postos de trabalho.
Em sentido semelhante caminha o setor público, semelhante, mas não igual.
A simetria que faço menção é no sentido único e exclusivo de buscar aumentar suas receitas, sem, todavia demonstrar uma preocupação demasiada com racionalização e administração de seus custos e despesas.
Nesse sentido faz-se necessário soar um alerta aos laboriosos empreendedores e empresários, pois hoje em dia existe uma esquadra vigilante a serviço dos entes federativos que fazem um escaneamento integral das movimentações e ações dos contribuintes.
São ferramentas tecnológicas que cruzam informações das mais variadas e fidedignas fontes a qual transacionam ou apenas transitam as empresas e entidades.
Sejam através de relatórios eletrônicos, transações financeiras ou por convênios entre os próprios entes, o livro da “vida” das empresas está à disposição dos governos, sejam eles Municipais, Estadual, ou Federal.
Essa sofisticação também se coloca à disposição de órgãos que mapeiam, rastreiam e investigam crimes, como o COAF, REDE-Lab, ENCCLA, que é bom dizer são necessários e nobres no combate a corrupção e à lavagem de dinheiro.
Mas tendo dito isso e tecido tais considerando nosso alerta é de que as empresas tenham estas informações e esta preocupação bem presente no sentido de agir e implementar suas estratégias, mas sempre dentro das leis, normas e regras. O que se chama hoje de compliance, que traz o conceito de cumprimento. Cumprimento incondicional de todas as normas e regulamentos a qual as empresas brasileiras estão sujeitas. Cumprimento este que trará as empresas um sentido de cumpridora, de uma empresa em conformidade, mitigando quaisquer passivos e garantindo a longevidade das companhias.
Para trás ficou o tempo do empírico, do amadorismo e do finado “jeitinho”. Chegamos à era da Integridade Total!
(*) O autor é contador e vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
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