Por Lorena Molter
Comunicação CFC/Apex
“Anywhere you feel good” (em qualquer lugar que você se sinta bem). Essa é a filosofia sobre o trabalho remoto defendida e justificada pelo sócio de Inovação e Tecnologia do Grupo Attentive, Edinaldo Sérgio Soares Moreira. O profissional conduziu o primeiro painel do segundo dia do Seminário de Inovação e Tecnologia do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O tema da palestra que iniciou o dia foi “Trabalhando no modelo híbrido ou remotamente – Work From Anywhere”. A mediação ficou a cargo do sócio de auditoria e head de Inovação e Tecnologia de Auditoria da KPMG e membro da comissão de Tecnologia do CFC, Márcio José dos Santos.
Na abertura do segundo dia do seminário, o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CFC, contador Aécio Prado Dantas Júnior, falou sobre a importância de os contadores adaptarem-se às novas tecnologias. “Eu creio que esse [seminário] seja o primeiro de muitos, porque há tempos que nós estamos falando da necessidade da mudança do perfil do profissional da contabilidade e isso se dá de várias formas, mas, sem dúvida alguma, nos tempos atuais, com a introdução da tecnologia e da inovação no nosso dia a dia. É impossível que o profissional da contabilidade esteja afastado de todas essas tecnologias, que fazem parte da nossa rotina diária de trabalho” afirmou.
Para iniciar a sua apresentação, Edinaldo Moreira explicou ao público a relevância da mudança de mindset (atitude, configuração mental, mentalidade, forma de se pensar) para a superação dos desafios da pandemia e para a adaptação dos indivíduos a essa nova realidade, que envolve a organização da vida e do dia a dia de modo remoto. “Não é possível a gente continuar fazendo a mesma coisa que a gente fazia nas nossas sedes para poder operar de uma forma híbrida, por exemplo”, orientou.
O painelista ainda falou sobre a adoção de uma sincronicidade corporativa, que diz respeito ao alinhamento entre a operação, o processo e a gestão da relação com o mercado, que significa nunca tirar o cliente do centro do negócio. Ainda dentro do tópico da mudança de mindset, Moreira falou de pendência versus tendência. Sobre o assunto, destacou que, focados no curto prazo, em cumprir datas e bater metas, os profissionais deixam de observar as tendências. “O que eu recomendo é que alguém na companhia, alguém na empresa ou um consultor tragam o elemento da tendência para dentro da sua pequena empresa, por exemplo”, indicou.
Outra ideia apresentada por Moreira é a da busca “de produtos para os seus clientes e não clientes para os seus produtos”, que o palestrante contextualizou com o trabalho da contabilidade. “Eu acho que, principalmente, no mundo contábil, eu estou inserido nele, nós passamos anos cuidando dos processos internos, cobrando uma ferramenta melhor dos nossos fornecedores, que hoje está chegando no nível que a gente sempre quis, para poder, de fato, entregar valor para o nosso cliente, que são os dados contábeis. [Então] é fazer com que a contabilidade, de fato, exerça um papel fundamental, no negócio, na tomada de decisão e não apenas fazer o compliance do mundo contábil”, pontuou.
Seguindo o tema central do painel, também destacou a questão do trabalho remoto versus home office para falar sobre a necessidade de modificação de mentalidades e, ainda, deu orientações a respeito da noção de empresas analógicas versus empresas digitais. Sobre as empresas ditas analógicas, Moreira explicou que são aquelas que não querem vir para o futuro e não estão se adequando às mudanças que estamos vivendo. Esses negócios querem utilizar o mesmo modelo do trabalho presencial naquele realizado a distância.
Durante a apresentação, o palestrante citou os elementos que compõem a filosofia por trás do trabalho remoto: “Anywhere you feel good” (em qualquer lugar que você se sinta bem). As características para que esse pensamento seja concretizado, listadas pelo convidado, foram: “autonomia, propósito e confiança”; “liberdade com responsabilidade”; a noção de que “o trabalho remoto não é benéfico, ele é parte da cultura”; e a ideia de que “não somos mais B2B [business to business], somos P2P (People to People)”. Moreira afirmou que, sentindo-se bem, o colaborador será produtivo. A transformação e o fortalecimento da cultura organizacional, que deve ser orientada para o futuro, o investimento em ferramentas digitais, o posicionamento das pessoas no centro da estratégia foram outros direcionamentos apontados.
O moderador do painel, Márcio José dos Santos, destacou que a pandemia do novo coronavírus acelerou a implantação de tendências que já orbitavam no mercado. “Eu acho que todas as tendências foram aceleradas com a entrada da pandemia e todas as tendências de mudança dessa nova revolução industrial, da revolução, literalmente, de transformação digital, aconteceram em função do evento da pandemia”, pontuou.
O Seminário de Inovação e Tecnologia foi realizado pelo CFC, nos dias 12 e 13 de agosto, e contou com o apoio do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
Para assistir às palestras do segundo dia do seminário, clique aqui.
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