XI ENMC e XVI Convenção: conheça a cobertura do terceiro e último dia dos eventos

Dia 15 de setembro

Por CQueiroz Comunicação

Talk show debate razões e emoções

A manhã do último dia (15) trouxe três especialistas de peso nos quesitos razão/emoção. Cláudia Tajes – escritora e roteirista de novelas da Rede Globo –, Martha Medeiros – escritora e colunista dos jornais Zero Hora e O Globo – e Magda Beatriz – jornalista – trouxeram para palco do talk show, intitulado “Razão e Emoção-Dilemas Contemporâneos”, o debate em torno de como superar os desafios e de conciliar emoções e sentimentos com o ambiente corporativo, com vistas a atingir melhores resultados, bater metas e, ao mesmo tempo, ser competitivo.

Para Martha Medeiros, os dois temas são completamente antagônicos, não sendo fácil conciliá-los. A colunista, no entanto, disse que hoje, ao alcançar a maturidade, está em um processo de deixar fluir mais a emoção, pois “chega uma hora em que temos que dar um ‘salto sem rede’. Emoção é risco e emoção sem risco torna a vida mais árida”.

Cláudia Tajes, por outro lado, prefere separar bem os dois sentimentos, definindo que “quando estou a serviço dos outros, profissionalmente falando, uso a razão; em casa, portanto, abuso do uso da emoção”.

Reforma tributária com a implantação de imposto justo é discutida em painel na manhã desta sexta (15)

A carga tributária brasileira, embutida em impostos e serviços, é considerada muito alta tanto para empresários quanto para cidadãos comuns. Em busca de alcançar boas soluções para a problemática, o XI Encontro Nacional da Mulher Contabilista e a XVI Convenção de Contabilidade do RS trouxe, na manhã desta sexta-feira (15), o painel “Reforma Fiscal – Receitas para um Brasil Melhor”, que foi coordenado pelo vice-presidente de Fiscalização do CRCRs, Mário Karczeski.

Tema polêmico, a discussão em torno do tema foi trazida ao palco pelo deputado federal e relator da reforma tributária, Luiz Carlos Hauly (PSDB); o auditor fiscal da Receita Federal e presidente da Unafisco, Kleber Cabral; e o presidente do Sescon-RS, Diogo Chamun.

Durante sua exposição, o deputado Hauly apresentou proposta no sentido de enxugar a carga de impostos, no sentido de promover o crescimento econômico e a distribuição de renda e, dessa forma, reduzir a sonegação e a burocracia.

Hauly, que há 30 anos tem participado de todas as discussões sobre reforma tributária, Simples, SuperSimples e MEI, tem como proposta enxugar o sistema tributário, eliminando nove tributos, como ICMS, IPI, ISS, PIS/Cofins e IOF, substituindo-os pelo  Imposto de Valor Agregado (IVA), que recairá sobre 96 setores e 500 mil itens com cobrança automática. “Quando você compra, o dinheiro do imposto já vai para o município. Acaba com a burocracia”. A proposta é de um sistema enxuto e eletrônico e, com isso, “a empresa vai ganhar por uma carga tributária mais justa; o consumidor vai ganhar porque vai zerar o de impostosimposto de alimentação e remédio; e o país ganhará com a geração de empregos”, disse.

Kleber Cabral, por sua vez, falou da importância da abordagem do assunto, assegurando que é imprescindível esse dialogo com a sociedade e com o parlamento, no sentido de se trabalhar para a construção de um sistema tributário mais justo. “Para  nós é importante que a sociedade saiba que o auditor fiscal não se preocupa apenas com a arrecadação, mas saber em que base ela se dá para o alcance da sonhada justiça fiscal”, disse.

Em sua exposição, Cabral trouxe um estudo do Ipea, demonstrando a carga tributária por faixa salarial. Segundo o estudo, enquanto os mais pobres pagam cerca de 50% os super-ricos e ricos pagam 9% e 12%, repectivamente. Cabral informou que uma das soluções seria desonerar o consumo e a produção e aumentar a tributação sobre os mais ricos.

Outra abordagem foi feita por Diogo Chamun, que disse que “não podemos nos esquecer de que esse aumento da carga tributária 100% das vezes é para cobrir as despesas e gastos, sendo que hoje se arrecada para pagar a estrutura do estado”. Chamun chamou atenção para o fato de que hoje no Brasil a carga tributária é aumentada sem a devida discussão com a sociedade. Ressaltou ainda que a falta de discussão sobre a tabela do Imposto de Renda, por exemplo, está congelada há 20 anos, com uma inflação no período em torno de quase 300%. “A defasagem da tabela do IRPF coloca indevidamente nos cofres públicos 42 bilhões de reais por ano. Esse valor sendo suprimido da economia deixa de gerar 250 mil empregos diretos e tira oportunidade de o PIB crescer”, informou.

Carlos Alberto Júlio ensina a magia de como seduzir clientes

A palestra “A Magia dos Grandes Negociadores”, ministrada pelo professor e head de estratégia profissional Carlos Alberto Júlio, iniciou-se de forma, no mínimo, inusitada. Repentinamente, o auditório escureceu e a plateia foi surpreendida por uma sequência do filme Dom Juan De Marco, de Francis Ford Coppola.

Logo que as cenas que retratam a sedução da protagonista por Dom Juan foram interrompidas, do meio do público o palestrante explicou o propósito do filme: “seduzir clientes é como seduzir mulheres, é preciso conhecer a pessoa.” Já no palco, Carlos Júlio deu dicas sobre como estabelecer o perfil do cliente para, a partir dele, traçar uma estratégia de atendimento individualizada.

No decorrer da exposição, Júlio revelou fórmulas que fazem da pessoa uma negociadora campeã de resultados, demonstrando ferramentas valiosas para o reconhecimento de perfis de comportamento para que se possa atender a qualquer tipo de cliente.

A palestra, que foi apresentada na manhã de sexta (5), foi coordenada pelo presidente do CRCSP, Gildo Araújo.

O empreendedorismo social conectado à razão e à emoção

Com a abordagem temática “Além da cerca”, a presidente da ONG Parceiros Voluntários, Maria Helena Johannpeter, e a jornalista do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, Valéria Almeida, participaram do painel “Empreendedorismo Social: O outro como razão de ser”, moderado pelo presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade, Juarez Domingues Carneiro.

Valéria Almeida falou sobre como a ajuda de diferentes pessoas permitiu que ela revertesse o que chamou de “roteiro fadado ao fracasso”, na sua história de vida e que hoje usa a profissão para trabalhar pela inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ao comentar sobre a emoção causada na plateia pelo depoimento,  Maria Helena Johannpeter destacou a importância da “emoção com resultados”, um modelo de organização adotado pela ONG que ela dirige e que congrega hoje 400 voluntários em todo o Estado.

Elisa Lucinda reconta a vida humana em monólogo

“Parem de falar mal da rotina” é o título do monólogo encenado pela poeta, jornalista, cantora e atriz Elisa Lucinda. Em um espetáculo vibrante, que marcou a tarde desta sexta-feira (15) e contagiou todo o público presente, a  atriz trouxe para o palco vida cotidiana, vivenciada por pessoas de todas as classes sociais.

Durante a interpretação, a atriz interagiu, cantou, dançou e deixou o recado ao auditório lotado de que cada um tem a sua história e de que cada um é herói de si mesmo. Com notórios improvisos, o conteúdo poético verificado do começo ao fim da apresentação convoca esse “herói do cotidiano” a repensar que em todos os dias há novas cenas e que sua vida-roteiro é uma obra aberta.

 O espetáculo foi coordenador pela vice-presidente de Gestão do CRCRS, Ana Tércia Lopes Rodrigues.

Marcelo Tas fala de criatividade digital na última palestra do evento

O jornalista, diretor, apresentador de televisão e roteirista Marcelo Tas foi o convidado para ministrar a última palestra do evento, na tarde do dia 15. Intitulada “Inovação: a Criatividade na Era Digital”, Tas abordou um tema para lá de atual, que são as inovações cada vez mais crescentes trazidas pela tecnologia frente às alternativas apresentadas no passado.

Marcelo Taz trouxe informações de como se aproveitar a revolução digital e a oportunidade que a humanidade tem hoje de viver em rede, para o aprimoramento e a troca de informações. Segundo ele, “nunca tivemos tanta informação. O que tínhamos no passado não se compara ao temos hoje em termos e o cliente, seja de qualquer segmento, busca os serviços e as informações em tempo real. A pessoa que vocês, profissionais, atendem já é outra na era digital”.

Ao fazer alguns paralelos entre a tecnologia do passado com a atual,  Tas fez uma retrospectiva da evolução digital, trazendo exemplos concretos de como as pessoas foram se adaptando às revoluções proporcionadas pelos satélites e fibras óticas, em um mundo cada vez mais  instantâneo. “Essa é a gigantesca diferença que vivemos no mundo de hoje, onde zeros e uns trafegam em uma velocidade instantânea. Viver na era da informática não é mais opcional”, disse.

Encerramento: Sentimento de Saudade

O poeta popular pernambucano diz que, “se você quiser plantar saudade, primeiro escolha bem a semente. Depois plante num lugar onde o sol bate bem quente. Porque se plantar no molhado, quando crescer mata a gente”. Foi com esse sentimento de saudade que a organização do XI ENMC e da XVI CCRS se despediu dos participantes, na noite de 15 de setembro, em Gramado (RS).

A vice-presidente do CRCRS, contadora Ana Tércia Rodrigues, apresentou os trabalhos científicos e técnicos agraciados com o Certificado de Mérito, concedido pela Academia de Ciências Contábeis do Rio Grande do Sul (ACCRGS) – ver Box na página XX.

Ao prestar uma homenagem às cinco contadoras, consideradas ícones da história do evento nacional da mulher contabilista, o presidente do CRCRS, contador Antonio Carlos de Castro Palácios, chamou ao palco Maria Constança Carneiro Galvão, Vitória Maria da Silva, Teresinha Falcão e Diva Gesualdi, para que o público presente manifestasse sua gratidão a todas elas. Palácios despediu-se com a sensação do dever cumprido e por ter tido a felicidade de conviver com todos durante os últimos três dias. Agradeceu aos parceiros, patrocinadores, Conselhos Regionais de Contabilidade presentes e colaboradores que permitiram que o evento alcançasse grande sucesso.

O presidente do CFC, José Martonio Alves Coelho, por sua vez, cumprimentou o presidente da Academia de Ciências Contábeis do Rio Grande do Sul, Prof. Eloi Dalla Vechia, pela brilhante organização do evento, e agradeceu o presidente do CRCRS por ter aceitado agregar o XI ENMC à XVI CCRS. “Viemos ao mundo, no exercício da nossa profissão, para construirmos pontes. Então, vamos continuar construindo pontes na era digital”, finalizou.

 

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