Autogestão dos recursos, educação financeira e planejamento individual são meios para projetar rendimentos futuros
Por Joana Wightman
RP1 Comunicação
Em meio às discussões sobre a reforma previdenciária, que tramita no Congresso, e os receios relacionados à futura aposentadoria de milhares de brasileiros, um tema que salta aos olhos é o da previdência privada ou complementar. O especialista em educação financeira do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Luiz Leal, afirma que o ideal é se informar e planejar a própria aposentadoria.
Leal, que é subcoordenador do Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC) do CFC, explica que nem sempre a previdência privada é a melhor alternativa para garantir uma aposentadoria tranquila. “O porcentual de rendimento é baixo, se considerados, por exemplo, a poupança ou os títulos de renda fixa. Se compararmos com os títulos de renda variável de longo prazo, são muito mais baixos”, explica.
Ele ressalta, no entanto, que para uma decisão tomada hoje é preciso esperar cerca de 20 ou 30 anos para colher os frutos. “A realidade é que a previdência privada gera rendimentos mais baixos do que se nós mesmos passarmos a gerir nossos rendimentos”, pondera Leal. “A previdência privada não é ruim, é boa. Mas há alternativas melhores de investimento.”
Leal acrescenta, no entanto, que para fazer a gestão própria dos seus fundos a pessoa precisa ter conhecimentos de educação financeira. “Existe toda uma engrenagem financeira na qual o dinheiro investido será devolvido no futuro”, informa. Ele aconselha priorizar uma diversidade de investimentos no tripé previdência oficial, previdência privada e autogestão dos recursos a partir do acompanhamento dos movimentos do mercado de renda fixa e variável.
“Um pouco de educação financeira põe luz em algo que não vemos”, afirma o subcoordenador. Ele sugere ainda que seja feito um planejamento financeiro levando em conta quanto tempo de vida a pessoa terá pela frente, sua atual realidade financeira e o desempenho que projeta para o futuro.
“É preciso estar bem informado sobre o mercado e ter consciência da sua oscilação, além de noções de matemática financeira. Nesse contexto, o profissional da contabilidade é um ator principal para orientar seus clientes sobre como e em que investir. Percebemos que nos últimos anos há maior participação dos profissionais no sentido de orientar o planejamento financeiro pessoal, e não só empresarial”, avalia Leal.
Ele ressalta que entre as ações do PVCC têm sido oferecidos cursos, treinamentos e eventos com a temática da educação financeira. Os membros do subgrupo do programa trabalham em ações educacionais, entre elas, produção de materiais, como cartilhas de educação financeira e participação em palestras nas quais são apresentadas premissas para o planejamento financeiro individual e familiar.
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