Solenidade de posse da Diretoria e de conselheiros do CFC presta homenagem à Contabilidade

Por Maristela Girotto e Rafaella Feliciano
Comunicação CFC

A posse solene da nova Diretoria do Conselho Federal de Contabilidade para a gestão 2018/2019 e dos conselheiros eleitos para o mandato 2018/2021 foi realizada nesta quarta-feira (21), em Brasília. Ministros, parlamentares, lideranças de entidades da classe contábil nacional e internacional, presidentes e conselheiros dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) e outras autoridades convidadas compareceram à solenidade que prestou homenagem e reverência à Contabilidade.

Mesa da solenidade; o presidente do CFC, Zulmir Breda (à direita)

A Presidência do CFC, na atual gestão, é exercida pelo contador Zulmir Ivânio Breda. Natural de Porto Alegre (RS), o contador foi eleito pelo Plenário do CFC, no dia 3 de janeiro, juntamente com os demais membros da Diretoria: Sandra Batista, vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina; Aécio Dantas, vice-presidente de Desenvolvimento Operacional; Lucilene Florêncio Viana, vice-presidente de Controle Interno; Lucélia Lecheta, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional; Joaquim Bezerra Filho, vice-presidente de Política Institucional; Sergio Faraco, vice-presidente de Administração; Idésio Coelho, vice-presidente Técnico; Marco Aurélio Cunha de Almeida, vice-presidente de Registro; e Maria Perpétua dos Santos, representante dos técnicos em contabilidade no Conselho Diretor do CFC.

Público no auditório do Centro Empresarial CNC

Mesa

A mesa da solenidade de posse foi composta pelo presidente Zulmir Breda; pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) João Augusto Ribeiro Nardes; pelos senadores Ana Amélia Lemos (PP/RS), Elmano Ferrer (PMDB/PI) e Paulo Bauer (PSDB/SC); pelo presidente do CFC nas gestões 2014 a 2017, José Martonio Alves Coelho; pelo presidente do Comitê de Integração Latino Europa-América (Cilea), Gustavo Gil Gil; pelo defensor público-geral federal, Carlos Eduardo Barbosa Paz; pela presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon) e vice-presidente da Associação Interamericana de Contabilidade (AIC), Maria Clara Cavalcante Bugarim; pelo presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), Adeildo Osório de Oliveira; pelo detentor da Medalha do Mérito Contábil João Lyra, José Maria Martins Mendes; pelo presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Francisco Maldonado Sant’Anna; e pelo presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), Mário Elmir Berti.

Mesa da solenidade, durante a execução do Hino Nacional, pela Banda de Música do Batalhão da Guarda Presidencial

Discursos

Primeiro a falar na solenidade, o presidente do CFC nas gestões 2004/2005, 2014/2015 e 2016/2017, José Martonio Alves Coelho, fez um testemunho sobre o período em que esteve à frente do Conselho Federal, colocou-se à disposição para continuar contribuindo com a classe e defendeu o legado deixado pelas suas gestões. “Procuramos reforçar as bases da nossa profissão, promovendo a integração dos profissionais, fomentando a educação continuada, fortalecendo os laços com as entidades parceiras e os diversos segmentos governamentais e, principalmente, sedimentando os pilares dos Conselhos Regionais de Contabilidade”, afirmou.

Presidente do CFC nas gestões 2014/2017, José Martonio Alves Coelho

Martonio Coelho citou vários projetos e ações que estão em desenvolvimento pelo Sistema CFC/CRCs e que tiveram início durante as suas gestões, como o Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), o Excelência na Contabilidade, o Jovens Lideranças Contábeis e, entre vários outros, o Exame de Qualificação Técnica para peritos contábeis. Além disso, ele lembrou a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), por Resolução do CFC, em 2005, abrindo o processo de convergência das normas contábeis brasileiras ao padrão internacional – International Financial Reporting Standards (IFRS).

O presidente do Comitê de Integração Latino Europa-América (Cilea), Gustavo Gil Gil, reforçou a importância do trabalho em conjunto com o Brasil para o desenvolvimento econômico de toda a região. “Agradeço os esforços da atuação do então presidente Martonio Coelho, que impulsionou essa parceria, e aproveito para dizer que o Comitê está à disposição do presidente Zulmir Breda para seguir o trabalho com o CFC em prol do fortalecimento da profissão contábil regional”, disse o contador boliviano.

Presidente do Cilea, Gustavo Gil Gil

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) João Augusto Ribeiro Nardes destacou, por sua vez, a importância da Contabilidade para a sustentabilidade da economia brasileira. Nardes afirmou que a falta da correta prestação de contas da República levou ao colapso econômico verificado em 2015 e 2016, com a forte queda do Produto Interno Bruto (PIB), perda da capacidade de investimento e outros impactos negativos que resultaram em uma severa recessão.

“Fazer as demonstrações contábeis da forma correta e com transparência é muito importante, porque esse documento assevera a possibilidade de se continuar investindo. Vocês, profissionais da contabilidade, representam a credibilidade dos investimentos do País”, disse o ministro do TCU.

Ministro João Augusto Ribeiro Nardes

Para o senador Paulo Bauer (PSDB/SC), o papel da Contabilidade no momento econômico do país é imprescindível para a recuperação e retomada do crescimento do Brasil. Ao cumprimentar o novo presidente do CFC, Zulmir Breda, o parlamentar, que também é contador, ressaltou a importância do trabalho em conjunto com o Poder Legislativo. “Somos uma categoria dotada de espírito cidadão. É com o nosso trabalho que o Governo é capaz de recolher os tributos e gerenciar os recursos para a melhoria dos serviços. E, com as normas de contabilidade pública, conseguimos iniciar uma nova fase de progressos e avanços no Brasil. Se formos capazes de fazer isso juntos, teremos cumprido o nosso papel de gestores com maestria”, afirmou o senador. Paulo Bauer também disse que Santa Catarina já se prepara para receber o 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade, em Balneário Camboriú, em 2020.

Senador Paulo Bauer

O senador Elmano Ferrer (PMDB/PI) lembrou dados históricos da profissão para ressaltar a importância da profissão ao longo da história. Além disso, o senador também afirmou que a Contabilidade tem grande relevância no processo atual de retomada do crescimento da economia brasileira. E, reforçando a opinião de que a ciência contábil exerce papel importante na formação dos profissionais de diferentes áreas, Ferrer destacou que os dois ministros presentes na solenidade – Eliseu Padilha e Augusto Nardes – começaram as suas carreiras como profissionais da contabilidade.

Senador Elmano Ferrer

Já a senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS) falou sobre a importância da mulher nas profissões liberais e destacou o crescimento expressivo delas na contabilidade. Atualmente, são 225 mil contadoras e técnicas em contabilidade no Brasil. A parlamentar ainda ressaltou o quanto a agenda em conjunto com a categoria tem, efetivamente, colaborado com o aprimoramento da legislação fiscal no país. “Temos pautas importantíssimas no Congresso Nacional para as quais precisamos caminhar juntos, como, por exemplo, a Reforma Tributária e a elaboração do Estatuto de Defesa do Contribuinte Brasileiro. Só assim conseguiremos construir um Estado mais moderno e produtivo”, garantiu.

Senadora Ana Amélia Lemos

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, destacou a retomada do crescimento econômico do Brasil e a importância da contabilidade nesse processo. “Nosso país tem tudo para crescer: abundância de recursos naturais, disponibilidade hídrica, clima favorável em todo território nacional. O que precisamos é ter a consciência disso e saber gerenciar. Tenho certeza de que a contabilidade é a alavanca que pode ser utilizada para essa ascensão”, disse o ministro.

Padilha contou que iniciou a sua carreira profissional atuando como técnico em contabilidade e que a habilidade com os números lhe garantiu experiência na área da gestão pública. “Devo a minha expertise à contabilidade e à advocacia. Levo sempre comigo o conceito do método de partidas dobradas, que diz que para cada crédito corresponde um débito de igual valor, e aplico esse conceito de igualdade e correspondência em todas as minhas ações, seja no âmbito social ou público”.

Ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha

Em nome do presidente da República, Michel Temer, o ministro encerrou o discurso agradecendo o trabalho da última gestão e desejando sucesso à nova Diretoria. Ao concluir, deixou uma mensagem atribuída ao filósofo alemão Arthur Shopenhauer como uma espécie de desafio aos contadores: “O importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas, sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê”.

Breda: “A profissão não vai acabar”

No discurso final da solenidade, o presidente do CFC, Zulmir Breda, inicialmente, agradeceu a presença das autoridades e dos convidados, destacando a participação de representantes do seu estado natal, Rio Grande do Sul, a exemplo dos ministros Augusto Nardes e Eliseu Padilha, da senadora Ana Amélia Lemos e do deputado federal José Fogaça (PMDB/RS), entre outros.

Presidente do CFC, Zulmir Breda

Ao afirmar que representar os mais de 520 mil profissionais é motivo de orgulho e muita responsabilidade, Breda declarou: “Ao contrário do que tem sido noticiado na mídia, tenho absoluta convicção de que a nossa profissão não vai acabar, pelo contrário, continuará firme e forte, cumprindo o seu papel de contribuir com o desenvolvimento social e econômico do País”.

O presidente garantiu que, em conjunto com os conselheiros, diretores, funcionários do Sistema CFC/CRCs e entidades parceiras, estará atento às transformações que possam atingir a profissão, sejam de natureza tecnológica, regulatória, mercadológica ou humana.

“Estamos na era da inteligência artificial e da robótica. Fala-se em quarta revolução, big data, ciberdependência e outros termos cunhados no jargão tecnológico. Não é necessário pensar muito para entender que os tempos modernos já ditaram o perfil do mercado de trabalho daqui pra frente”, acrescentou Breda.

Ainda segundo o presidente, muito se tem discutido sobre as ameaças da tecnologia, numa abordagem que vê riscos de o ser humano ser substituído por máquinas, sistemas ou processos em muitas tarefas e funções. “Creio, porém, que essa polêmica deva ser olhada com algumas reservas, em especial em uma área como a nossa, na qual são fatores decisivos a capacidade de análise, a intuição, o discernimento, o conhecimento do cliente e do ambiente em que se trabalha, a credibilidade e o poder de decisão”, completou.

Para Breda, é preciso transformar o lado difícil das situações complexas em oportunidades, ou seja, “capturar o que há de melhor em todas as evoluções atuais e aplicá-lo como ferramenta da profissão”.

O principal teor do discurso do presidente foi sobre a questão da influência da tecnologia no mercado e no exercício profissional, mas ele também falou das principais metas da sua gestão, da necessidade de simplificar a regulação no Brasil, do fortalecimento do contato com as entidades internacionais da profissão e de vários outros temas.

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