Especialista fala sobre a influência da tecnologia na Contabilidade

Por Rafaella Feliciano
Comunicação CFC

“Em todo o mundo, a parte operacional tem a tendência de ser automatizada. A tecnologia chegou e não é possível fechar os olhos à transformação. Porém, as pessoas são fundamentais para o gerenciamento, para a tomada inteligente de decisões, para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Isso, nenhuma máquina pode fazer”. A afirmação é do doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP, Gerlando Lima, que, nesta quarta-feira (21), ministrou  a palestra Educação e Tecnologia: caminhos para um futuro sustentável, realizada durante o Seminário de Gestão e Planejamento Estratégico do Sistema Contábil, em Brasília (DF).

Senior Lecturer na Universidade americana de Illinois, Lima trouxe para o debate exemplos práticos de como a evolução tecnológica vem transformando a contabilidade. Para ele, as mudanças mecânicas e operacionais já estão em desenvolvimento, porém, o fato não veio para acabar com a profissão.

Segundo o especialista, a inovação tecnológica chegou para transformar a imagem e participação do profissional em ciências contábeis, reforçando o seu papel como personagem importante na tomada de decisões em uma sociedade sustentável. “A diferença está em como vamos nos preparar para ressaltar o papel que possuímos de gestor, comunicador, mente ‘pensante’. É preciso entender de forma analítica como o cliente funciona, suas reais necessidades, elaborar a política contábil da empresa, das instituições, contribuir para o desenvolvimento econômico. E não será um robô o responsável por isso”, ressaltou.

Para Gerlando Lima, o desafio é saber utilizar a tecnologia para o crescimento da profissão. E, de acordo com ele, investir em educação, com a aproximação entre as áreas acadêmica e profissional, deve ser o principal caminho.

Zulmir Breda, presidente do Conselho Federal de Contabilidade, disse que a quarta revolução industrial veio para ajudar a profissão e não destruí-la.  Durante o evento, ele ressaltou que investir no aprimoramento da educação e capacitação dos profissionais do Sistema CFC/CRCs é um dos pilares da nova gestão do Conselho Federal de Contabilidade.

“A contabilidade é um mundo, há uma vastidão de temas que são analisados. Máquina nenhuma consegue fazer julgamentos. Hoje cerca de 90% das atribuições técnicas já são feitas por máquinas. E isso não trouxe redução ao mercado de trabalho. Eu não tenho um indicador para te dizer se isso acontecerá. Mas sei que o profissional que não se adaptar às novas tecnologias perderá lugar no mercado perante quem está especializado, o que é uma realidade em todas as profissões”, concluiu.

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