IFRS 1 e 2 em diferentes perspectivas e estudos de caso são discutidos no 2º Fórum CBPS

Por Gabriella Avila e Rhafael Padilha
Comunicação CFC

O primeiro dia de trabalho do 2º Fórum CBPS de Sustentabilidade foi todo voltado para painéis temáticos que abordaram distintos aspectos das normas internacionais IFRS 1 e 2. O quarto painel do dia foi guiado pela pergunta “Por que é importante?”, e o quinto apresentou estudos de caso do setor público e privado.

Para responder ao questionamento do Painel 4, estavam presentes David Madon, do  International Federation of Accountants (IFAC), Osvaldo Zanetti, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Uverlan Primo, do Banco Central do Brasil (BCB), Dashiell Velasque da Costa, do Tribunal de Contas da União (TCU), Roberto Gonzalez do Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS) e Fábio Coelho, da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec).

Segundo a moderadora do painel, a vice-presidente Técnica do Conselho Federal de Contabilidade, Ana Tércia, a ideia deste momento do Fórum era reunir reguladores e operadores do mercado para um diálogo sobre as diferentes perspectivas das normas internacionais e a importância delas para o cenário atual e futuro, tendo em vista o processo atual de implementação das normas.

Enquanto David Madon, da IFAC, abordou sobre a confiabilidade das informações, que, segundo estudos, está acima da média no Brasil e crescendo em outros países, e falou sobre a necessidade de governança de sustentabilidade, Osvaldo Zanetti, da CVM, reforçou a importância do propósito das informações, a fim de produzir relatórios que contribuam para a geração de valor a longo prazo para as empresas e investidores. O painelista Uverlan Primo abordou as regras de divulgação de relatórios de sustentabilidade estabelecidas pelo Banco Central para as instituições financeiras.

Na perspectiva dos analistas mercado dos analistas, Roberto Gonzales fez comentários sobre as informações atribuídas pelos colegas painelistas, e mencionou sobre a necessidade de começar a gerar informações para que possa haver comparabilidade entre elas nos próximos anos, e assim ter mais clareza dos resultados apresentados nos relatórios e seus impactos. Representando os investidores, Fábio, da Amec, citou que ainda há muitos investidores que focam nos gastos para a produção de relatórios de sustentabilidade e não tem clareza sobre os benefícios desses levantamentos. Mas que há uma expectativa de que, com o tempo, as informações de sustentabilidade sejam vistas com a mesma relevância que as informações financeiras.

O painel foi encerrado com a apresentação do Projeto Climate Scanner, que está sendo liderado pelo TCU, e dialoga diretamente com a pauta da sustentabilidade. Ele consiste em uma ferramenta de revisão e avaliação das ações governamentais em relação às mudanças climáticas em três eixos: governança, políticas públicas e finanças. O projeto está sendo testado em diversas regiões do mundo, e pretende apresentar resultados na próxima Conferência das Partes (COP).

Painel 5 - Estudo de Caso

O Painel 5 do Fórum CBPS trouxe um rico debate com o tema “Estudo de Caso”, moderado pelo Especialista Sênior em Gestão Financeira do Banco Mundial, Leonardo Nascimento. Os painelistas foram Rodrigo Brito, coordenador-geral de Governança Organizacional do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), que falou sobre setor público, e José Victor Souza, diretor de Controladoria e Contabilidade da Vale, que tratou sobre setor privado.  

Em sua apresentação, Rodrigo exibiu aos participantes o Relatório de Gestão Integrado do MGI 2024. “Destaco algumas inovações desse documento, como a linguagem simples e em diálogo próximo ao público. Ao tornar as informações mais acessíveis, o MGI reforça seu propósito ligado à responsabilidade pública à ampliação das capacidades estatais e à construção de um setor público inovador e alinhado às necessidades da sociedade”, enfatizou. 

Na palestra de José Victor, o destaque foi o compartilhamento de informações sobre uma publicação da mineradora Vale. “Divulgamos recentemente um material que abrange riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas. Somos a primeira mineradora do mundo e a primeira empresa brasileira a publicar esse trabalho, de acordo com o novo padrão do ISSB e do Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade”, afirmou Victor.

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